Iconha, Alfredo Chaves e Vargem alta são os municípios mais atingidos. Exército foi enviado para ajudar nas buscas e reestruturação das cidades
Os municípios da região Sul, atingido pelas fortes chuvas desde a última sexta-feira (17), continuam tentando se reerguer. De acordo com um boletim emitido pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, em Iconha, cidade mais atingida, vários pontos foram interditados.
Ao todo, 2.943 permanecem fora de suas residências, sendo 2.755 desalojados e 188 desabrigados. Também foram registrados sete óbitos e uma pessoa continua desaparecida.
Além disso, os maiores acumulados de chuva nas últimas 24 horas foram registrados nos municípios de Aracruz (193,03 mm), João Neiva (116,67 mm) e Serra (116,14 mm).
As cidades continuam cheias de lama, com destroços, e todos os esforços estão sendo feitos para reconstruí-las. O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu como Estado de Calamidade Pública nas cidades de Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul e Vargem Alta.
Exército
Na manhã desta quinta-feira (23), o 38º Batalhão de Infantaria encaminhou 40 oficiais para prestar ajuda aos municípios destruídos pela força das chuvas. Eles atuarão na entrega de materiais de higiene, alimentos, entre outros.
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“Nós vamos distribuir as equipes para apoiar as necessidades da região. A princípio, a base será montada em Iconha, no entanto, vamos atuar em todas regiões afetadas. Nós vamos apoiar no que for necessário para a recuperação das cidades, na limpeza e reconstrução do local”, explicou o coronel Alves, do Exército.
Agricultura
A agricultura local também sofreu com o impacto das chuvas. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), no município de Iconha houve maiores perdas na região ribeirinha. Em Vargem Alta, foram registradas perdas significativas, com grande comprometimento de lavouras de banana, além de dez comunidades permanecerem sem acesso. Em Alfredo Chaves os danos foram localizados, afetando especialmente a cafeicultura e a suinocultura.
Algumas áreas atingidas estão isoladas e por isso não é possível fazer um balanço das perdas da produção agrícola. A preocupação da Federação da Agricultura é unir esforços junto a parceiros para a criação de um comitê de planejamento, pois mesmo sem essa mensuração, o impacto do desastre está fortemente ligado à renda e vida do produtor rural, e ações a médio e longo prazo precisam ser tomadas.
“Faz-se necessário segmentar providências emergenciais também em médio e longo prazo, e isso com ajuda de um comitê de planejamento. O desafio para sociedade capixaba, para as instituições financeiros e os políticos seria, como sugestão, elencar uma área do contorno em Iconha e fazer um centro comercial, mediante planejamento com comerciantes, para que estes tivessem financiamentos e juros compatíveis com o desenvolvimento, crescimento e resgate da economia que foi perdida. Precisamos estabelecer políticas que terão continuidade”, disse o presidente da Federação, Júlio Rocha.
Além disso, a Faes, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (SENAR-ES) e os Sindicatos Rurais se sensibilizaram e já se mobilizam para ajudar os produtores que perderam tudo por conta das chuvas. As instituições estão arrecadando materiais descartáveis, alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e limpeza, água mineral, além de roupas de cama e colchões.
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