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quarta-feira, 1 maio, 2024

Tecnologia robótica auxilia médicos na sala de operação

Para utilizar a tecnologia, o médico deverá ter o Registro de Qualificação no CRM da área relacionada ao procedimento

Um monitor exibe a parte do corpo a ser operada com imagens em 3D de alta definição. Do console, as manobras são conduzidas pelo cirurgião enquanto os movimentos são executados por um robô. A cirurgia robótica é uma modalidade que usa a tecnologia como auxiliar na operação. Desde que o primeiro procedimento cirúrgico assistido por robô ocorreu em 1985, para realizar uma biópsia neurocirúrgica, os equipamentos evoluíram, assim como as especialidades que podem usar a nova técnica.

No Brasil, as cirurgias robóticas já eram validadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2008, data em que foi realizado o primeiro procedimento do gênero no país, uma cirurgia de prostatectomia radical, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em março deste ano, porém, o CFM (Conselho Federal de Medicina) chancelou a prática.

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De acordo com a resolução publicada pelo órgão, para realizar este tipo de cirurgia, o médico deverá, obrigatoriamente, ter o Registro de Qualificação de Especialista no Conselho Regional de Medicina na área cirúrgica relacionada ao procedimento. Além disso, é necessário possuir treinamento específico em cirurgia robótica durante a residência médica ou capacitação específica para realização desse tipo de intervenção

Há diversas possibilidades de áreas que podem ser beneficiadas. Atualmente, urologia, ortopedia e coloproctologia são algumas delas. Para o Dr. Alexandre S. Nishimura, coloproctologista e cirurgião robótico, a tecnologia pode ser uma facilitadora nos tratamentos cirúrgicos, desde uma correção de hérnia abdominal e/ou diástase abdominal até a retirada de um câncer de intestino.

A diástase abdominal consiste no afastamento entre os músculos e tecidos localizados na região do abdome, ou seja, na barriga, enquanto a hérnia abdominal é um deslocamento de um órgão ou tecido através de um defeito na parede abdominal. “O objetivo da cirurgia robótica é corrigir o defeito da parede abdominal, representado por uma abertura na aponeurose, nos casos das hérnias, e por um afastamento dos músculos reto abdominais, no caso da diástase”, explica o médico.

A hérnia, palavra derivada do latim que significa ruptura, tem alta incidência na população. De acordo com o DataSus, foram realizadas um milhão e 460 mil cirurgias para reparos de hérnias da parede abdominal, entre janeiro de 2015 e setembro de 2021. Já sobre a cirurgia de diástase abdominal não há estimativas precisas, apesar de ser considerada uma condição comum no pós-parto.

Tecnologia como ferramenta auxiliar

O médico explica que as cirurgias robóticas apresentam princípios semelhantes à cirurgia videolaparoscópica, tais como a “realização dos procedimentos cirúrgicos através de pequenos portais, que variam de três a 12 milímetros”. No entanto, segundo ele, uma vantagem do robô é oferecer a visão tridimensional – também conhecida como visão 3D – o que torna muito mais nítida a visualização dos órgãos.

Outro método possível com o auxílio robótico é a realização da cirurgia sob visão direta por meio de uma ótica posicionada dentro do abdome. “As pinças são comandadas pelo cirurgião e o robô reproduz os movimentos das suas mãos, com o adicional de corrigir os possíveis tremores”, afirma o Dr. Nishimura, que atua nos hospitais Israelita Albert Einstein, Vila Nova Star, São Luiz, Blanc e Santa Catarina Paulista.

Entre as vantagens da cirurgia robótica para o paciente, listadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), estão o menor risco de infecção, diminuição da perda de sangue e menor tempo de recuperação

Segurança

No Brasil, a primeira cirurgia robótica aconteceu em 2008, mas a regulamentação só foi realizada este ano pelo CFM. A resolução define a cirurgia robótica como modalidade minimamente invasiva de tratamento cirúrgico, que deve ser usada para o tratamento de doenças em que já se tenha comprovada sua eficácia e segurança.

Além disso, não é qualquer cirurgião que pode utilizar esta tecnologia: antes o profissional precisa capacitar-se nas residências médicas, pelas sociedades de especialidade, por hospitais ou por um cirurgião instrutor.

As empresas que desenvolvem os equipamentos robóticos e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica também realizam treinamentos e provas teórico-práticas para credenciar e certificar o cirurgião.

Com informações de Agência Estado

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