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sexta-feira, 3 maio, 2024

Quem influencia os seus hábitos de consumo?

Especialmente no Brasil, pela influência internacional que sofre, nos habituamos em importar culturas, comportamentos e expressões

Por Tiago de Carvalho

O ser humano tem a capacidade natural de aprender por observação. Alguns pais e mães insistem em dizer que seus filhos não fazem o que eles pedem, mas se esquecem que as crianças aprendem observando seu comportamento. Não basta falar para a criança se alimentar com frutas e legumes, se os pais não possuem este hábito. Por que você pede para eu fazer algo que você não faz?

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Para além da infância, quando nos tornamos jovens e adultos ainda somos influenciados por membros da sociedade como amigos, namorados, esposas, filhos, vizinhos e jogadores de futebol, por exemplo. Em alguns momentos, podemos verificar outros tipos de influência como no caso da fila do supermercado que anda mais rápido. Ao notarmos que estamos inertes em uma fila parada, somos influenciados a optar pela fila mais curta e veloz. Na cultura pop, especialmente as séries de televisão, a influência é encarada como uma técnica.

O mundo se apresenta desproporcionalmente globalizado. É possível notar que países pobres e em desenvolvimento, salvo poucas exceções, tendem a ser mais influenciados do que influentes. E o impacto cultural dessa dinâmica é notável. A influência externa acaba por moldar a forma como pessoas destes países se vestem, consomem filmes e, principalmente, por onde consomem.

Podemos ver a quantidade de streamings de outros países presentes no Brasil, por exemplo. Termos da língua inglesa fazem parte do dia a dia, quase como se fundissem com o idioma local. Já ouvimos a expressão “abrasileirar” algum termo. Linkar, brifar, deletar. Apenas para citar alguns. A alimentação, com destaque para o fast-food, a música e os “ídolos” super-heróis e heroínas, vestidos no clássico azul e vermelho da bandeira estadunidense. O consumo desenfreado de refrigerantes, influenciado por décadas de propagandas. “Abra a felicidade” fixou no subconsciente das pessoas.

Especialmente no Brasil, pela influência internacional que sofre, nos habituamos em importar culturas, comportamentos, expressões, ações e técnicas de outros países, principalmente dos Estados Unidos. Parece que os países desenvolvidos são os bastiões da moralidade, democracia e respeito ao indivíduo. São os detentores dos melhores produtos e técnicas. Nós brasileiros não estamos acostumados a questionar o que chega para nós. Tomamos tudo como verdade absoluta sem ao menos considerarmos a possibilidade de ruídos no meio do caminho. Adotamos pensamentos de autores internacionais sem avaliarmos suas ideias, com a nossa ótica e com profundidade.

O primeiro passo para mudarmos um comportamento é identificarmos e compreendermos a existência dele. Para além do primeiro passo, é preciso ter consciência da sua origem e o quanto ele é influenciado. É preciso entender que algo que sempre foi feito pode sim e deve ser mudado. Existe a impressão de que os comportamentos estão solidificados, a ponto de se tornarem mais fortes do que podemos suportar ou tentar mudar. Podemos simplesmente desaprender tudo o que aprendemos. Como disse Alvin Toffler (1928 – 2016): “O analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.

Tiago de Carvalho é publicitário, pós-graduado em comunicação digital e MBA em marketing pela PUC-RS e mestrando em marketing digital. Autor do Livro “Marketing Essencialista” e um dos primeiros profissionais do Brasil a conquistar tripla certificação (Inbound Marketing, RD Station e Agência Inbound) pela Resultados Digitais.

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