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segunda-feira, 7 DE outubro DE 2024

Felicidade no trabalho: bem-estar, propósito e resultados

Empresas como Amazon, Airbnb e Google criaram o cargo de diretor de felicidade. Essa tendência já chegou também no Brasil! Heineken e Chilli Beans são exemplos 

Por Cosme Peres

O Brasil é o país mais ansioso do mundo. Somos o quinto país mais depressivo e o segundo em burnout. Calma! Esse artigo é, sim, sobre felicidade no trabalho! Esses dados são de pesquisas recentes, realizadas por instituições renomadas, como a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) e a ISMA (International Stress Management Association), e explicam por que o conceito de felicidade no trabalho tem ganhado força por aqui nos últimos anos.

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Ainda há muito a ser desmistificado em relação à felicidade no trabalho. Não podemos confundir o conceito que vem sendo trabalhado com seriedade por empresas ao redor de todo o mundo com uma positividade rasa e tóxica, promoção de festas, criação de espaço de descanso colorido e cheio de almofadas ou mesmo de investimento em benefícios. O conceito de felicidade no trabalho se conecta com propósito, significado e autorrealização.
A confraternização, o bônus e um bom salário são importantes. Entretanto, sem a percepção de autorrealização e de significado, essas experiências momentâneas de prazer não são suficientes para que a pessoa se sinta feliz.

Certamente você, leitor, conhece alguém que já abandonou um emprego em que tinha um bom salário porque não se sentia realizado e feliz. Essa percepção se comprova em pesquisas, como a realizada pela Harvad Business Review, revelando que empregados felizes são 85% mais eficientes, 31% mais produtivos e 300% mais inovadores.
Além disso, parece que a felicidade dos empregados influencia também na decisão de compra de clientes. Uma pesquisa realiza pela Career Arc indicou que 64% dos consumidores estão propensos a deixar de comprar uma determinada marca ao saberem que ela não respeita seus colaboradores.

Portanto, a preocupação com o bem-estar dos empregados deixa de ser um assunto de interesse da “turma humanista de RH” para se tornar uma estratégia organizacional para garantir mais e melhores resultados. 

Empresas como Amazon, Airbnb e Google criaram o cargo de diretor de felicidade em suas estruturas organizacionais. E essa tendência já chegou também no Brasil! Heineken e Chilli Beans são exemplos de empresas que possuem essa diretoria.

Embora já exista uma compreensão da importância do propósito para o sucesso das organizações, uma pesquisa realizada pela PwC evidenciou que apenas 27% dos líderes ajudam os empregados a conectarem propósitos pessoais ao trabalho nas empresas em que atuam. Ou seja, apesar dos importantes passos já trilhados até aqui, ainda há um longo caminho pela frente e, portanto, grandes oportunidades para os profissionais e empresas que assumirem o pioneirismo na implantação de programas de felicidade no trabalho.

Cosme Peres é conselheiro da ABRH-ES, psicólogo e Executivo de Gestão de Pessoas.

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