O custo da construção civil capixaba acumulou alta de 13,82% em 12 meses, em um ano o preço da brita subiu 44%
Por Amanda Amaral
Está cada vez mais caro construir no Espírito Santo. É o que indica o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil capixaba, que em junho de 2022 acumulou alta de 8,66% no ano e de13,82% em 12 meses. Sancionada recentemente, uma nova lei prevê diminuição no preço dos produtos cerâmicos.
Na comparação entre junho e maio, o CUB subiu 0,21%. Com isso, o preço médio do metro quadrado passou para R$ 2.329,83, antes era R$ 2.324,88. A variação mensal reflete o aumento nos custos que as construtoras tiveram com equipamentos e materiais. Os que mais subiram neste mês foram brita nº02 (8,33%), areia (7,69%) e cimento (6,89%).
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Oscilação dos preços
O levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-ES) aponta que o preço da brita, do cimento e do concreto tem oscilado bastante no Espírito Santo, mês a mês, há um ano.
O índice mostra que de junho de 2021 a junho deste ano a brita teve uma alta de 44%, enquanto a areia subiu 31,25%. Já o concreto subiu 30,74% nos últimos 12 meses, a esquadria de alumínio teve alta de 30,68%, o cimento subiu 20% e o tubo de PVC apresentou aumentou de 22,36%.
O comportamento instável nos custos dos insumos da construção vem desde o início de 2020. Para se ter uma ideia, o aço, de 2020 a 2021, teve uma alta de 74% no Estado.
Mercado imobiliário
A subida dos custos para execução das obras, ainda não abalou o mercado imobiliário, que se mantém estável nas vendas, segundo o presidente do Sinduscon-ES, Douglas Vaz.
“As construtoras acabam repassando os valores para o consumidor, mas isso não está desacelerando as vendas. A procura por imóveis continua. Nós estávamos crescendo, recuperando o que tínhamos perdido nos anos anteriores, o crescimento agora só não está na mesma velocidade de antes, mas ainda há procura. Não afetou o mercado”, explica.
Douglas Vaz acrescentou ainda que houve aumento na folha de pagamento dos trabalhadores da construção civil, categoria que tem dia 1º de maio como data-base. “O aumento do CUB de junho foi influenciado também pela folha de pagamento”, pontuou.
Setor de cerâmica
Sancionada nesta semana, a Lei Estadual Nº 11.660 concede até 2032, isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações internas de saída de vários materiais de construção, entre eles: lajes pré-moldadas, tijolos cerâmicos, blocos de concreto, telhas cerâmicas, tijoleiras de cerâmica, tapa-vistas de cerâmica, manilhas e conexões cerâmicas.
Com certeza isso é bom e deve reduzir o preço, já que reduz a carga tributária desses itens. Para ilustrar, nos últimos 12 meses, o preço do bloco cerâmico no Estado teve alta de 26,43% conforme o CUB-ES, segundo Sinduscon-ES.
“Sabemos o quão importante é a redução da carga tributária sobre os insumos para garantir competitividade das nossas indústrias e fomentar a construção civil, setor este responsável pela criação de empregos e que movimenta uma diversificada cadeia produtiva”, afirma Douglas Vaz, presidente do Sinduscon-ES.
O que é o CUB?
O CUB por metro quadrado é um indicador de custos do setor que acompanha a evolução dos preços de materiais de construção, mão de obra, despesas administrativas e aluguel de equipamentos. O CUB é calculado pelo Sinduscon-ES, com as informações recebidas das construtoras.
