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quarta-feira, 1 maio, 2024

Parar de fumar pode garantir até uma década a mais de vida

No Dia Mundial Sem Tabaco, em 31 de maio, médicos alertam sobre o risco dos cigarros

Por Lívia Marques

O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano, entre as quais cerca de sete milhões são resultado do uso direto e um milhão corresponde a não-fumantes expostos passivamente ao cigarro. Além disso, os dados da Organização Mundial da Saúde revelam que 29% das doenças cardiovasculares são causadas pelo cigarro. São muitas as notícias e as pesquisas ruins e preocupantes que demonstram a relação direta entre cigarro, doenças e morte.

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Mas há também abordagens positivas. Especialistas garantem que parar de fumar, independente da idade, sempre pode trazer benefícios. “É claro que, num cenário ideal é melhor não começar a fumar até porque sabemos das dificuldades para abandonar um vício já instalado, mas as pesquisas indicam que há benefícios imediatos em dexiar o cigarro. Além deles, o tempo de vida aumenta proporcionalmente o quão antes alguém abrir mão do cigarro”, afirma a médica pneumologista da MedSênior Lívia Marques da Silva Gama.

Os trabalhos demonstram que quem para de fumar aos 30 anos ganha quase 10 anos em expectativa de vida. Aos 40, são nove anos a mais. Aos 50, seis anos e, aos 60, três anos.

Além disso, há ganhos imediatos. Em 20 minutos sem cigarro, ritmo cardíaco e pressão arterial baixam. Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal. De duas a 12 semanas, a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta.

Entre um a nove meses, a tosse e a falta de ar diminuem.  Em um ano, o risco de desenvolver uma doença coronariana cai pela metade (em relação a um fumante).

“Ou seja, quando trabalhamos focados no envelhecimento saudável, o tabagismo é um hábito que tentamos evitar ou interromper. São muitos os malefícios”, considera a médica.

Cigarro eletrônico

Engana-se quem pensa que, ao optar por uma versão eletrônica do cigarro, está livre de riscos. Sociedades médicas e especialistas têm trabalhado para manter a proibição de cigarros eletrônicos – sim, a comercialização deles é proibida no Brasil desde 2009, apesar de serem vistos nas ruas em número cada vez maior – por conta do grau de toxicidade dos chamados “vapes”.

A Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), por exemplo, alerta para as complicações cardiovasculares e pulmonares que o uso de cigarros eletrônicos também pode gerar, funcionando como porta de entrada para o tabagismo e colocando em xeque avanços no combate à dependência química da nicotina.

Segundo especialistas, no cigarro eletrônico, é realizado o aquecimento e não a combustão da nicotina, o que seria uma de suas “vantagens”. A questão é que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, muitos deles liberam em seu vapor mais de 80 substâncias, entre elas a própria nicotina e outras substâncias cancerígenas e com potencial explosivo, metais pesados, além de produtos utilizados na indústria alimentícia.

Eles explicam que faltam estudos complementares e a variedade de tipos e marcas dificulta a avaliação em longo prazo de malefícios, mas não há dúvida sobre o potencial danoso das partículas inaladas no vapor justamente pela presença da nicotina, que comprovadamente contribui para o surgimento das doenças cardiovasculares e pulmonares. Neste caso, há ainda a dificuldade de se verificar e controlar dosagens da nicotina. Ressaltam, independente da forma do cigarro, o tabagismo é considerado uma doença sistêmica, na medida em que tem potencial para causar danos e provocar doenças em vários órgãos.

Lívia Marques da Silva Gama é Médica especialista em pneumologia pela UERJ/RJ; Médica pneumologista do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam); da MedSênior, e preceptora do curso de medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

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