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quarta-feira, 1 maio, 2024

Dedique-se de Coração

Lição sobre a importância de amar o que faz

Por João Bosco Reis da Silva

A primeira vez que ouvi a expressão “Dedique-se de Coração” foi em junho de 1999. Eu me preparava para o processo de admissão como trainee da ArcelorMittal (à época Companhia Siderúrgica de Tubarão). Havia acabado de sair da Universidade. Devorava os livros de gestão, biografias de lideranças e histórias das grandes corporações com a fome de um adolescente em crescimento, muito influenciado por uma professora da Ufes, minha mentora, que dizia que os cientistas e engenheiros precisavam saber escrever.

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O livro de Howard Schultz sobre como ele criou a Starbucks Coffee foi paixão à primeira vista, desde o título, “Dedique-se de Coração”, até a última linha. Nele, Schultz dizia que “o sucesso não deve ser medido em dólares: deve ser medido pelo como você conduz a jornada, e como seu coração está no final dela. Os negócios podem nos ensinar muito sobre o que as pessoas podem realizar quando trabalham juntas. Uma pessoa é capaz de fazer muito. Mas se ela ingressar em uma empresa de pessoas que estejam comprometidas com as mesmas metas, se as estimular e inspirar e explorar suas forças interiores, podem fazer milagres juntas”.

Eu encontrei essa empresa e essas pessoas em 02 de agosto de 1999. Ali começaria minha jornada. Eu me cerquei de pessoas apaixonadas pela produção em aço de forma segura e sustentável, por planejamento e boa gestão, por respeito ao ser humano, pela cultura, pelo desenvolvimento social, pelo esporte, pelo meio ambiente…. Em um dado momento, você percebe que suas paixões se misturam com os valores e propósitos da empresa e da sua equipe.

Outro dia, ouvi um comentário afirmando que a ArcelorMittal só patrocinava a Stock Car porque eu gosto de carros. É verdade que eu sou um apaixonado pelo automobilismo, desde pequeno. Eu queria estudar na Universidade de São Carlos, em São Paulo, e trabalhar na indústria automobilística. Mas percebi que meus pais não teriam condições de custear meus estudos lá. Nunca impus isso ao meu pai. Sonhei com isso de outra forma: fui fazer engenharia mecânica e, por um daqueles acasos do Universo, depois de 22 anos, a Stock Car bateu à minha porta pela área da Comunicação, por intermédio de um colega de trabalho na empresa, que também conhecia o CEO da Vicar, promotora da categoria.

A ArcelorMittal é um dos maiores fornecedores mundiais do setor automotivo, havia pessoas que compartilhavam dos mesmos sonhos e estavam comprometidas em tornar a marca ArcelorMittal ainda mais conhecida. A plataforma ofertada pela Vicar parecia promissora para o marketing institucional, de produto, para o desenvolvimento tecnológico, além de estar em sintonia com valores como segurança, sustentabilidade. Por que não ousar? Eu conhecia o “produto deles” e dominava os fundamentos da comunicação, do marketing e da relação genuína com as pessoas.

É preciso ressaltar, ainda, o forte viés social de uma ação de incentivo a uma atividade esportiva como a representada pela Stock Car. Trata-se de uma categoria do automobilismo que gera empregos, renda, oportunidades e movimentação econômica e social.

Refletindo sobre o comentário que ouvi, meu primeiro sentimento foi de decepção pelo fato de pessoas terem esse tipo de percepção. Depois, cheguei à conclusão de que a provocação era válida e abria uma oportunidade para reafirmar os meus valores e também os valores da ArcelorMittal.

Sou um apaixonado pelo Esporte: surfo, remo, nado, corro, pedalo, voltei a jogar basquete para passar mais tempo com meu filho. O esporte sempre esteve na minha vida. Meu pai foi goleiro do Rio Branco, formado em educação física e contabilidade. Também tenho uma paixão pela Educação, adoro livros, tenho um prazer enorme em escrever, em apoiar projetos educacionais. Minha mãe é professora, foi quem me alfabetizou. Como hobby, ela gosta de pintar, uma artista nata. Cresci entre suas pinturas, telas, tintas a óleo. Cheguei a me arriscar no ramo e pintei três quadros quando adolescente. Vêm daí minha paixão por cultura, arte, museus, teatros, e a vontade de conhecer diferentes lugares e pessoas.

A paixão pelas ações sociais também tem origem no berço familiar. Meu pai era servidor público e foi líder comunitário, adepto do voluntariado, sempre envolvido em ajudar o próximo, a desenvolver projetos voltados ao coletivo. Foi quem trouxe a Polícia Interativa para região da Grande Vitória. Recebeu o título de Amigo da Polícia. Papai era Amigo de todos, na verdade. Muito querido, mas sempre teve suas relações pautadas na Ética, Transparência, Integridade e Honestidade. Nunca procurou se beneficiar individualmente de nada. Seu propósito era servir a sociedade.

Esses mesmos valores me moldaram e talvez por isso eu escolhi a ArcelorMittal e ela tenha me escolhido. Acho que a resposta sobre qual o motivo da empresa apoiar e ter sucesso nas áreas de desenvolvimento comunitário, educação, cultura, meio ambiente, esporte, comunicação, relacionamento republicano com o poder público e engajamento com a sociedade é que tudo isso faz parte da cultura da ArcelorMittal e está presente na paixão de seus colaboradores.

Minha equipe respira isso o tempo todo. Certamente, por isso somos uma equipe tão coesa, dedicada, apaixonada e que vê os desafios como oportunidades de transformar o mundo, de exercer o protagonismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Refletindo novamente sobre a afirmação que me motivou a escrever esse texto, eu diria que a paixão, por Prêmio Mulher, Projeto Tamar, Novos Caminhos, Projeto Caiman, Stock Car, Wahine, Pocadores, Festival de Música Erudita e centenas de outros projetos que ajudei a construir com meu time, seja a razão do sucesso de todas essas iniciativas.

Concluo me inspirando no eterno ídolo do Basquete, Kobe Bryant, e sua lição sobre a importância de amar o que você faz: “Se você ama o que você faz e isso está te fazendo feliz, todo trabalho duro e perseverança valerá a pena… Quando você sabe que está realmente dando tudo que tem, não há sentimento melhor no mundo.”

João Bosco Reis da Silva é gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal. É Bacharel em engenharia e especializado em Qualidade e Produtividade, Qualidade e Produtividade pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); é também ex-presidente do Coemas (Findes).

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