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sexta-feira, 3 maio, 2024

Perspectivas do mercado financeiro para 2020

Novo ano chegou e o que todo brasileiro quer saber é o que se pode esperar do mercado financeiro para 2020.

O mercado financeiro para 2020… o que esperar? Há motivos para otimismo.

O ano que passou foi marcado por frustrações e incertezas. No primeiro semestre tivemos um PIB fraco, por motivos internos e externos. A reforma da previdência e a desaceleração da economia global, respectivamente.

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Contudo, a retomada veio ainda em 2019, com a reforma da previdência auferindo uma economia maior do que a esperada. Também a MP da liberdade econômica dando uma amplitude à questão da reforma trabalhista. Nessa lista entram ainda os indicadores da atividade econômica dos EUA e Europa reforçando o entendimento que o risco de recessão nessas economias diminuiu. Fatos como esses reforçam o otimismo para 2020.

Ajuste Fiscal

Ainda com foco em 2019, vale frisar a questão do ajuste fiscal e a rigidez orçamentária. O governo deu continuidade ao ajuste fiscal, com sinais consistentes de recuperação. A economia começou negativa, na ordem de 1.6% do PIB, e deve fechar com 1.2% do PIB. O reforço garantiu uma recuperação de 0.4% do Produto Interno Bruto.

Apesar do superávit ainda ser negativo, a economia decorrente da reforma da previdência vai ajudar a estabilizar a dívida pública. Isso porque eliminará quase que por completo o risco de solvência fiscal, um excelente argumento para esperar o ponto da virada do Brasil.

Outro ponto não menos importante: inflação e juros. Dois dados da vida real brasileira que alcançaram patamares historicamente baixos. E por isso também reforçam nosso otimismo para 2020. O longo ciclo de corte da Selic impulsiona a economia como um todo, facilitando crédito e investimentos. Além da perspectiva de que um o ciclo sustentável de baixa de juros se mantenha, há quem diga que o PIB pode finalmente crescer acima de 2%.

Câmbio

Em relação à desvalorização cambial, ela se deu principalmente pelo diferencial de crescimento econômico brasileiro ante o PIB americano. O diferencial de juros entre Brasil e EUA diminuiu e a redução do risco de recessão das principais economias ocorre em um momento em que a percepção de risco dos países latino-americanos continua elevado, reduzindo o apetite a risco, o que corrobora a desvalorização cambial.

Muito se espera da retomada de crescimento da economia em 2020. As expectativas de mercado sinalizam bons números nos principais indicadores. Crescimento do PIB de 2.3%, inflação ao consumidor (IPCA) de 3.6%, taxa de juros em 4.5% e o câmbio similar ao de 2019 a 4,08 (R$/US$). Segundo dados do último relatório Focus de 2019 do Banco Central

Vale ressaltar que projeções e perspectivas têm riscos. Eis aqui alguns para o próximo ano: redução lenta da taxa de desemprego, estagnação do setor industrial. Também turbulências no cenário internacional no que tange a desaceleração do comércio global, riscos políticos e geopolíticos. Além, claro, do atraso da agenda de reformas.

A aproximação das eleições presidenciais norte-americanas aumenta as chances de um acordo dos EUA com a China, de olho na reeleição. Porém, o cenário mais óbvio de polarização política e desaceleração global seguirá jogando contra o crescimento do Brasil. Com foco no mercado interno, a continuidade no processo de reformas e ajustes é de grande importância para que retomada econômica aconteça em 2020. A aprovação dessas medidas não será fácil e deve ser monitorada para entender as incertezas no cenário ao longo do ano.

Enfim, onde investir em 2020? Muitos países desenvolvidos já passaram por este ciclo de juros baixos e a forma como se investe mudou totalmente. É preciso revisar os investimentos e aprender a tomar riscos, respeitando sempre o perfil de investidor. Buscar a melhor diversificação possível, dado a necessidade de liquidez e apetite a risco de cada investidor é imprescindível para um resultado consistente e satisfatório.

É claro que os investimentos de renda fixa que rendiam 1% ao mês acabaram. Também fica evidente que o momento atual da economia favorece uma perspectiva positiva para a Bolsa. Haja vista a realidade de um cenário favorável ao crescimento dos lucros das empresas listadas.

É isso… A tão sonhada “fórmula do sucesso” se desenha em: crescimento acelerando, inflação baixa, juros na mínima, desemprego diminuindo e confiança crescendo. Tudo isso muda a perspectiva e coloca o Brasil nos holofotes de 2020. Esperamos que essa “fórmula” dê certo!

Um Feliz 2020 a todos!


Luis Alberto Caser é sócio da Valor Investimentos

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