25.5 C
Vitória
terça-feira, 30 abril, 2024

Desengajamento Juvenil: subproduto de Sistema de Ensino Deficiente

Taxa básica subindo, é indicador de maior custo de oportunidade para gastar. Esse indicador levará o Agente Econômico a ser mais seletivo em suas escolhas

Por Arilda Teixeira

Como País subdesenvolvido o Brasil vive às voltas com as volatilidades de suas taxas de (de)crescimento, de (des)emprego, de (de)desigualdade social; de (baixo) grau de abertura, e de (baixa) de competitividade.

- Continua após a publicidade -

Mas elas não são as causas dos problemas de sua economia. São os efeitos.

No Brasil, a má Gestão do Estado e de suas Instituições, geram os obstáculos ao crescimento e/ou desenvolvimento.

Esses obstáculos internos ao crescimento/desenvolvimento (sustentável ou não) do País, são subprodutos da regulação setorial desses mercados, e do cumprimento da respectiva regulação por parte daqueles que estão submetidos a ela – executá-la dentro do que foi determinado.

Entre 2003 e 2014 houve crescimento econômico e social no Brasil devido ao aumento real de 7,1% do nível de renda da população mais pobre; e à retirada de 29 milhões de pessoas da pobreza absoluta.

Entretanto, como a gestão dos anos 2010 não executou projetos estruturantes que direcionariam a economia brasileira para a rota do crescimento, nos anos 2020 os gargalos estruturais obstaculizaram o crescimento do PIB, e mantiveram-no na taxa média de 0,6% – insuficiente para aumentar a produtividade que, reduziu o ritmo de atividade econômica devido à baixa atratividade para investimento e/ou empreendedorismo que esse cenário indicava.

Dentre esses obstáculos há um que requer atenção: a deficiência do Sistema de Ensino Básico Público/Privado do País. Essa deficiência o levou a gerar Capital Humano de baixa qualidade; que por sua vez gerou um mercado produtor de baixa competitividade; público predominante consumidor de baixa renda; desigualdade social e, consequentemente, com baixo volume de poupança e de Investimentos – Desengajamento Juvenil.

Entretanto, há sinalizações positivas como as de 2022 que indicaram queda de 7,9% da taxa de desemprego; crescimento de 2,9% do PIB; aumento de oferta de vagas para mulheres, jovens e negros no mercado de trabalho. Mesmo favoráveis, essas estatísticas não sugerem aumento de ritmo e de qualidade do crescimento porque: (1) em janeiro/2023 da taxa de desemprego aumentou 8,4%; em janeiro de 2022 havia aumentado 2,8%. Então, houve queda de 2,8 p.p. em relação a jan/2022.

Além disso, a participação da força de trabalho em jan/2023 foi 61,9%; em 2022 havia sido 62,3%. Se reduziu em relação aos níveis pré-pandemia (62,3%), não há motivo para otimismos. Como, por exemplo, o indicador do custo de vida – Taxa de Inflação.

Seu aumento em dez/2022 levou a Selic para 13,75% – em abril/2022 era 12,1%.

Taxa básica subindo, é indicador de maior custo de oportunidade para gastar. Esse indicador levará o Agente Econômico a ser mais seletivo em suas escolhas. Ao sê-lo decidirá pelo critério da essencialidade. A melhor que poderia fazer diante as opções alternativas. Foi esse cenário que levou, recentemente, a Autoridade Monetária a aumentar a taxa do Selic. Pergunta: Jovens do Ensino Básico Brasileiros estão dentro ou fora do Desengajamento Juvenil? Isso é bom ou ruim?

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.

Mais Artigos

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Fique por dentro

ECONOMIA

Vida Capixaba