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domingo, 28 abril, 2024

Uso racional dos recursos hídricos: essencial para a sustentabilidade!

A escassez de água é um problema mundial e o estado do Espírito Santo é uma das regiões brasileiras que sofre com essa realidade

Por Luiz Fernando Schettino

A ideia de que os recursos hídricos são inesgotáveis foi a base por muito tempo do pensamento que norteava as ações na área econômica, desconsiderando os impactos da poluição, do uso indevido e da demanda excessiva em muitos “corpus d’água”. Bem como, ainda não se observa adequadamente a disponibilidade e qualidade das águas para atendimento de vários segmentos produtivos e a população de modo geral, tanto no curto quanto no médio e longo prazo.

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Além disso, para atender às necessidades crescentes de água por grandes cidades e mega setores consumidores, tais como: a agricultura irrigada e criação de animais, que cresce ano após ano; grandes consumidores industriais e outros empreendimentos similares, que demandam enormes quantidades da água, muitas vezes, com impactos socioambientais elevados, aparentemente imperceptíveis, desconsidera-se muitos dos impactos causados, gerando além de danos ambientais, casos de conflitos pelo uso da água, tensão social e disputas jurídicas em muitos locais do País, o que não é diferente no Espirito Santo.

Problemas estes que estão se agravando com as mudanças climáticas e pelos crescentes impactos da ação humana no meio ambiente, por poluição, uso indevido de solos e desmatamentos, principalmente; bem como pelo uso acima da capacidade de recuperação dos “corpus d’água”.

Lembrando que, a disponibilidade e qualidade das águas são fatores afetados por atividades sem a devida anuência do poder público ou pelo desrespeito às normas vigentes, associado ao não uso das melhores tecnologias disponíveis. Ainda, isto se dá pelo modo não adequado de ocupação das bacias hidrográficas; pelas uso crescente de água pelo aumento populacional; pelo crescimento desordenado das áreas urbana e suas demandas não planejadas; pela agropecuária sem os devidos cuidados; e, por projetos de geração de energia não sustentáveis.

Devendo-se entender, que mudanças climáticas significam alterar os padrões normais de temperatura e chuvas, por exemplo, com elevação abrupta e crescente da temperatura média; e redução ou elevação acima do normal da intensidade de chuvas, em dada região e época do ano. Causando os chamados eventos extremos, como: secas, enchentes e vendavais severos, que trazendo prejuízos socioeconômicos enormes; e, muitas vezes, sofrimento e dor para a população, especialmente as pessoas mais vulneráveis da sociedade.

Enfatizando que com as mudanças climáticas, diversas alterações deverão ocorrer com os recursos naturais e seus potenciais usos. O que tende a ser mais intenso em relação às águas. Porém, isto deverá se dar, de forma diferente para cada região do estado e do País, devendo serem tratados os impactos ambientais e socioeconômicos dessas alterações por ações e políticas públicas adequadas a cada situação e lugar.

Desse modo o uso racional dos recursos hídricos é essencial para a sustentabilidade do Estado do Espírito Santo, do Brasil e, consequentemente, do Planeta. Visto que, tanto o Estado quanto País apresentam grande diversidade de rios, lagos e lagoas, que são responsáveis pelo fornecimento de água para diversas regiões. Contudo, a falta de cuidados e o uso inadequado desses recursos já trazem em alguns locais e podem trazer consequências ainda mais graves para o meio ambiente, para as atividades econômicas e para a população de modo geral.

A escassez de água é um problema mundial e o estado do Espírito Santo é uma das regiões brasileiras que sofre com essa realidade. As mudanças climáticas e o crescimento da população impulsionam a necessidade de se pensar em alternativas viáveis para garantir a segurança hídrica. A não observância do uso racional dos recursos naturais pode agravar a crise hídrica e gerar um desequilíbrio ambiental, prejudicando a economia da região, bem como a qualidade de vida da população.

Além disso, no estado do Espírito Santo, a produção agrícola, industrial e mineral vem crescendo nos últimos anos, o que também impacta o consumo dos recursos hídricos. O aumento do uso desses recursos por estas atividades pode gerar uma maior pressão sobre os mananciais, provocando a contaminação, poluição e a degradação das áreas e da qualidade da água, graves consequências ao meio ambiente e à população.

Por tudo isso, é fundamental incentivar a adoção de práticas sustentáveis para a gestão e uso racional dos recursos hídricos no estado do Espírito Santo. Políticas públicas adequadas e ações de conscientização da sociedade são necessárias para garantir a conservação dos mananciais, bem como a disponibilidade de água para o uso humano e outras atividades econômicas.

Devemos lembrar que a água é um recurso limitado, que pertence a todos, que seu uso deve ser cuidadoso e consciente, para que possamos legar às gerações futuras um mundo mais justo e equilibrado. Portanto, é imprescindível que a população colabore, adotando hábitos sustentáveis, além de participar ativamente na vigilância das ações de empresas e de governos, para garantir o uso racional dos recursos hídricos e consequentemente a sustentabilidade ambiental, tanto no Estado do Espírito Santo, quanto no país e no mundo.

Luiz Fernando Schettino é Engenheiro Florestal, Mestre em Ciência Florestal e Doutor em Ciências Florestal. É ex-secretário de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Espírito Santo/Seama. É também Professor da UFES e Advogado.

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