O médico Eduardo Chapot Prevost, figura exponencial da medicina brasileira, realizou a primeira cirurgia de separação de xifópagas do mundo
O doutor Eduardo, hoje nome de uma rua na Praia do Canto, em Vitória, era natural de Carmo do Cantagalo, no Rio de Janeiro. Residiu com seus pais no Centro da capital do Espírito Santo, na Rua Dionísio Rosendo (antiga Rua das Flores), desde a infância até à adolescência, tendo sido aluno do Ateneu Provincial.
Seus pais, o cirurgião dentista Louis Chapot Prevost e a senhora Louise Chapot Prevost, professora de francês em educandários de Vitória, gozavam da estima e do respeito da população da capital, onde residiram por mais de trinta anos.
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As xifópagas Rosalina e Maria Pinheiro Dável, filhas do casal João Dável e Rosalina da Silva Pinheiro, esta descendente pelo lado materno das famílias Vargas Correia e Ribeiro Fortes, nasceram em Pontões, Afonso Cláudio, município do interior do Espírito Santo, em 21 de setembro de 1893.
Foram levadas para o Rio de Janeiro pelo médico José Gomes Pinheiro, de Cachoeiro de Itapemirim, onde ficaram internadas durante seis meses na Casa de Saúde São Sebastião, para rigoroso tratamento pré-operatório.
As radiografias foram tiradas pelo médico Álvaro Alvim, constituindo o primeiro caso de trabalho radiográfico de xifópagas realizado no mundo, identificando através delas os órgãos comuns entre as duas irmãs, tendo o mesmo utilizado o primeiro aparelho de raios-x do Rio de Janeiro, em 1897, por ele mesmo instalado. O doutor Álvaro Alvim é hoje nome de ruas e de hospitais no Rio de Janeiro e em Campos dos Goytacazes.
A operação das duas meninas foi realizada na capital fluminense, em 30 de maio de 1900, pelo doutor Eduardo Chapot Prevost, figura exponencial da Medicina brasileira, resultando no primeiro caso mundial de sucesso em cirurgia de separação de xifópagas.
Conhecendo a Chapot Prevost
Maria, a mais franzina das xipófagas, faleceu oito dias após a cirurgia. Rosalina, que sobreviveu, foi levada, logo após a operação, em 18 de julho do mesmo ano, pelo doutor Chapot Prevost e sua esposa, a doutora Laura, filha do cientista Joaquim Monteiro Caminhoá, à Europa. A doutora Laura era tia-avó do falecido político Carlos Lacerda […].
Rosalina, que foi adotada como filha pelo médico que a operou, estudou gratuitamente no Colégio Imaculada Conceição, no Rio de Janeiro, teve vida normal, casou-se, e na década de 1970 residia em Niterói, vindo a falecer, já idosa, no Rio de Janeiro.
Como chegar
*Matéria publicada originalmente no dia 02/08/2022