A tualmente, em praticamente todas as discussões sobre como está se transformando o mundo dos negócios na pandemia do novo coronavírus e como ele será depois dela, é recorrente ouvir que caminhamos para um “novo normal’
Entretanto, muito antes do COVID, já era notório que o ambiente de negócios estava sofrendo grandes transformações e se tornando muito mais complexo. Existe até um termo para isso, que é VUCA, acrônimo para volátil, incerto, complexo e ambíguo.
O relatório Fit for the Future, da NACD – National Association of Corporate Directors, relaciona 8 megatendências, que ocorrem simultaneamente, estão interconectadas e causarão um enorme impacto nos negócios. São elas:
(i) reinvenção de setores e modelos de negócios;
(ii) transformações demográficas e na força de trabalho;
(iii) tecnologia digital;
(iv) crescente instabilidade geopolítica;
(v) ativismo dos investidores;
(vi) mudanças climáticas;
(vii) hiper-transparência causada pelas mídias sociais e
(viii) crescente ativismo social.
Essas megatendências não podem ser ignoradas pelas empresas e a forma como trata-las passa pela preocupação com alguns temas essenciais, como:
a) incluir a preocupação com as práticas ESG (sigla de environmental, social and governance), ou seja, considerar não apenas o lucro econômico da atividade, mas o seu impacto ambiental, social e de governança;
b) pensar estrategicamente o negócio, levando em conta a inovação, novas tecnologias e modelos de negócios;
c) garantir que a organização tenha as pessoas certas, mais aderentes ao propósito da empresa e mais capacitadas para atender às necessidades estratégicas do negócio; e
d) ter sistemas eficazes de gerenciamento de riscos e compliance, capazes de prevenir a ocorrência e mitigar os efeitos de ameaças cada vez maiores e mais diversificadas.
Esse cenário exige que as empresas aprimorem a sua governança corporativa. É cada vez mais difícil que uma só pessoa, por melhor gestor que seja, dê conta de pensar o negócio estrategicamente, cuidar do operacional e da execução no dia-a-dia, mantendo a empresa competitiva.
Um bom sistema de governança contribui para separar as instâncias e momentos para a tomada de grandes decisões estratégicas e para decidir as questões operacionais da empresa. Propicia, ainda, maior eficácia no monitoramento da execução da estratégia, na abordagem dos riscos envolvidos e na sintonia entre a estratégia e a capacidade das lideranças e colaboradores.
Governança Corporativa:
O essencial para líderes
Alexandre Di Miceli da Silveira
Este livro aborda, de uma forma bastante funcional, o que todo líder de empresa precisa compreender sobre governança corporativa.
O sucesso da governança corporativa, como mecanismo para promover a alta performance da empresa e a sua longevidade, passa pela compreensão dos gestores acerca de como as suas boas práticas contribuem de fato para esse resultado.
O autor é um profundo pesquisador dessa área e, na obra, consegue mostrar com clareza por que a governança é um tema-chave em qualquer organização, por onde começar e em que investir primordialmente, como o fator humano é chave para a boa governança empresarial, como implantar e como avaliar o sistema de governança de uma organização.
A metodologia apresentada pode ser aplicada a qualquer tipo de organização, privada ou pública, de grande, médio ou pequeno porte.
É um manual didático de orientação essencial a qualquer líder que queira fazer com que sua organização alcance os mais elevados padrões de governança.