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sexta-feira, 3 maio, 2024

10 dicas de gestão financeira empresarial para lucrar em 2023

Especialistas dão dicas de gestão financeira para empresários maximizarem os lucros e não perderem dinheiro

Por Amanda Amaral 

O maior desejo de quem abre um negócio é maximizar os lucros e não perder dinheiro. Contudo, a realidade costuma ser bem diferente. Por desconhecimento ou falta de tempo, muitos empresários esquecem do fundamental, a gestão financeira.

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O acompanhamento e planejamento das finanças de um negócio tem como principal objetivo a ampliação dos resultados e evitar que recursos sejam mal alocados.

A doutora em economia, Arilda Teixeira, afirma que é comum entre os que estão iniciando no ramo dos negócios pensar primeiro no ambiente da loja, no designer, no marketing e nas vendas. Com isso, se esquecem de que a receita, seja mensal ou anual, deve crescer mais do que os gastos.

Tomada de decisão

“As pessoas tendem a ver as finanças só pela questão do lucro, mas não sabem se planejar para obter benefícios além do ganho. É preciso analisar o custo de oportunidade. Eu posso tomar várias decisões sobre como empregar determinada quantia de dinheiro. Posso, por exemplo, pagar uma conta ou almoçar fora. Mas preciso avaliar o que é mais importante para mim. Toda vez que fazemos uma escolha financeira isso ocorre. Quando falamos de administrar as finanças, o custo de oportunidade é o ponto de partida”, avalia.

Para o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES), Carlos Perrin, a gestão financeira auxilia o empresário na tomada de decisão e é um agregador para que ele conheça melhor seu negócio utilizando análises, controles e indicadores.

“A gestão financeira mostra o custo do produto, por quanto ele pode ser vendido, se é possível aferir o desempenho do produto e de outros que venham a ser criados. Existe uma série de formas de se fazer a gestão das finanças, e a primeira que recomendo é o controle financeiro, ou seja, o quanto a empresa possui em estoque, qual o custo do produto parado, qual o ganho de saldo quando vendo esse produto, entre outras questões”, explica o analista.

Ganhos e perdas

Normalmente, o empresário inicia o negócio sem nenhum tipo de planejamento financeiro. Mas sem uma sistemática de controle, o negócio começa a regredir, e ele passa a tomar decisões aleatórias com base no que ele acredita ser o melhor, mas sem ferramentas de apoio, segundo Carlos Perrin.

“E os processos necessários para a gestão financeira são simplificados. Não precisa de um sistema rebuscado, é possível fazer em um caderninho ou planilha, no caso de empresas pequenas. Um exemplo é o custo de produção, o quanto ele ganha por cada venda, para poder precificar seu produto sem prejuízos”, afirma.

Para o analista do Sebrae/ES, outro ponto não verificado pelos donos de negócios é o retorno do investimento. “É o quanto você investiu para iniciar o seu negócio. É uma dívida com você, caso tenha utilizado seu dinheiro, ou com o banco, no caso de um empréstimo. Isso pode gerar falta de liquidez, ou seja, a falta um dinheiro livre, que possa ser utilizado em um momento de instabilidade da econômica como ocorreu na pandemia da Covid-19, por exemplo”, disse.

Carlos Perrin destaca duas questões que não podem ser negligenciadas em uma boa gestão financeira: fundo de reservas para emergências e capital de giro. “Se eu comprar um produto por R$ 100,00 e o vender por R$ 200,00, tenho lucro de R$ 100,00, com isso posso comprar outra peça para uma nova venda. Mas nas compras com cartão, a empresa só recebe em 30 dias, por isso é necessário um planejamento. A empresa precisa ter capital de giro para comprar esse material e colocar para rodar”, afirma.

Rotina da empresa

O gestor financeiro Riberto Araújo também pontua práticas que ele julga como fundamentais para a rotina de uma empresa. São elas: verificação das contas a pagar e contas a receber; a conciliação bancária; e a conciliação do cartão de débito e crédito.

“É preciso ter controle do fluxo de caixa, do que entra e do que sai, ninguém pode gastar mais do que ganha. Outra coisa, o extrato bancário deve ser conferido regularmente para se certificar das taxas cobradas pelos bancos, do imposto retido na fonte e se o valor dos pagamentos está correto. Muitos empresários deixam na mão do contador, que só faz isso no final do mês”, explica.

dicas de gestão financeira
Analista do Sebrae/ES, Carlos Perrin comenta sobre a importância do capital de giro. Foto: Divulgação

O gestor financeiro faz um alerta sobre o uso do cartão de crédito em função dos custos do serviço da operadora. “Se o cliente realiza uma compra de R$ 1.000,00 no cartão, este dinheiro só cairá 30 dias depois na conta da empresa. Já descontada a taxa da operadora, o retorno será algo em torno de R$ 970,00, por exemplo. Mas se ele quiser receber antes do prazo combinado, uma nova taxa é cobrada por esta solicitação e o valor pode cair para R$ 910,00. Isso é falta de organização. Realizando a gestão financeira, o empresário consegue ter capital de giro para evitar que isso aconteça”, exemplifica Riberto Araújo.

O gestor financeiro pontua ainda que quanto mais contas a empresa tiver, maior será o esforço para o controle financeira. “Isso acontece muito com o microempresário, que procura agências de vários bancos. Muitas vezes, ele só está se complicando, porque em todos estes casos, os extratos precisam ser conferidos. Outra coisa muito comum entre os pequenos empreendedores, é misturar a conta da pessoa física com a da pessoa jurídica. Isso jamais deve ser feito”.

Qualificação e terceirização

Carlos Perrin lembra que o Sebrae/ES possui uma série de consultorias e workshops voltados para a gestão de negócios, além de cursos, alguns gratuitos, que visam a auxiliar o empresário a recompor sua administração: “Assim, a empresa continua gerando empregos e movimentando economia”.

Para os empresários que alegam não ter tempo ou disposição para realizar o controle das finanças, Riberto Araújo sugere: “Isso é comum nos pequenos negócios e nas empresas familiares, o empresário delega a atividade para alguém de confiança. Mas uma forma de resolver seria terceirizar o serviço. É uma mão de obra escassa no mercado, mas existem empresas especializadas na gestão financeira empresarial”.

A economista Arilda Teixeira ressalta que no Brasil estatísticas mostram que a maioria das empresas fecham as portas antes de dois anos de existência. “Os pequenos empresários são vítimas dessa situação, pois não há uma cultura de gestão das finanças no Brasil, não existe uma disciplina de educação financeira no nosso sistema de ensino”, analisou.

Confira 10 dicas para mudar a rotina da gestão financeira na empresa:

1- Desenvolva um planejamento financeiro;

2- Faça a gestão das contas a pagar e dos seus recebimentos;

3- Fique de olho no fluxo de caixa;

4- Separe as finanças pessoais e empresariais;

5- Confira regularmente os extratos bancários de sua empresa;

6- Crie um fundo de reservas;

7- Mantenha o capital de giro da empresa;

8- Mantenha as tributações em dia;

9- Crie um controle de estoque;

10- Aprenda a realizar corretamente a precificação dos seus produtos/serviços.

Fonte: especialistas consultados pelo Portal ES Brasil.

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