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quinta-feira, 28 março, 2024

Celeridade no licenciamento de termelétricas no ES

As termelétricas capixabas fizeram parte do leilão emergencial realizado no final de 2021 em razão da crise hídrica no país

Por Amanda Amaral

Três dos 17 projetos que venceram o leilão emergencial de contratação de energia elétrica no final de 2021, estão localizados no Espírito Santo. O prazo para iniciar a operação era maio deste ano, mas ele foi prorrogado pelo Governo Federal. No momento, todas as Usinas Termelétricas (UTE) estão com a licença ambiental em análise no Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).

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As UTE Tevisa, UTE Linhares e UTE Povoação, que são de geração a gás natural, solicitaram a Licença de Operação (LO) no dia 28 de abril deste ano. O Instituto está dentro do prazo legal para análise, segundo informou a assessoria de imprensa.

Prioridade no Licenciamento

“As solicitações estão sendo tratadas no âmbito de prioridade no órgão, devido a necessidade de incrementar a oferta de geração de energia elétrica, em função da escassez hídrica”, afirma ainda a nota.

No caso da UTE Tevisa, localizada em Areinha, Viana, e da UTE Linhares, localizada em Povoação, em Linhares, trata-se de uma expansão. Já a UTE Povoação, também em Linhares, é uma nova usina, segundo informações disponibilizadas no site da Tevisa.

Os três projetos juntos somam a geração extra de 148,5 MW/hora e pertencem a fundos de investimento geridos BTG Pactual. O certame emergencial foi realizado por meio do primeiro Procedimento Competitivo Simplificado (PCS) feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em razão da maior crise hídrica do Brasil em 91 anos.

Prazo para Entrega

Ao vencer o leilão, as empresas se comprometiam a entregar os projetos em seis meses. O governo ainda concedeu prazo extra de três meses, com pesadas multas. Após esse período, que termina em agosto, o contrato poderá ser rompido.

Para colocar usinas dessa potência em pé, leva-se cerca de um ano. A Tevisa quando foi vencedora já contava com os três meses extras oferecidos pelo governo.

Aumento dos Custos

Agora, com a previsão de entregar os projetos em sete meses, em vez de seis, terá de desembolsar R$ 230 milhões a mais, ou cerca de 40% do valor total dos projetos.

No total, o investimento dos fundos Vulcan e BTG Infra Dividendos será de R$ 1,1 bilhão. Em um período de construção normal, a conta seria 30% menor. Esse aumento ocorreu por uma série de fatores. O principal foi a negociação com a finlandesa Wärtsilä.

Conflito no Leste Europeu

Uma das poucas fornecedoras de motores para usinas térmicas, a empresa estava com fila de espera para atender à demanda global. Por isso, o projeto Linhares precisou colocar mais dinheiro na mesa para conseguir os produtos rapidamente – basicamente, os projetos do banco “furaram a fila”, remunerando a Wärtsilä para que ela pagasse multas a clientes que tiveram as entregas atrasadas.

Celeridade no licenciamento de termelétricas no ES
Iema afirma que as análises dos licenciamentos das usinas estão sendo tratadas no âmbito de prioridade. Foto: Divulgação/Iema

Após essa resolução, outro problema apareceu no radar: a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O risco passou a ser logístico, já que a Finlândia é “vizinha” da região do conflito. A estratégia foi antecipar todas as entregas. As peças, que seriam inicialmente entregues em pacotes, passaram a ser enviadas separadamente. Resultado: outra conta extra de dezenas de milhões de reais.

Gastos Trabalhistas

Por aqui, a ordem foi expandir os turnos para que as obras ficassem prontas a tempo – o trabalho ocorria 20 horas por dia, nos sete dias da semana. “Tivemos mais gastos trabalhistas por conta do prazo. Os custos das obras cresceram muito, mas tudo estava precificado pelo retorno que está no contrato”, disse o executivo do BTG, Marcelo Oliveira.

Conta Positiva

Olhando para o longo prazo, a conta será positiva para a empresa e o BTG. Com a entrada dos 148,5 MW/h nas três operações, as usinas terão capacidade total de 527,1 MW/h, tendo em vista que tanto Linhares quanto Tevisa já tinham operações antes da energia contratada no leilão emergencial.

No ano passado, no auge da utilização das usinas movidas a gás, o grupo faturou quase R$ 1,9 bilhão. Os novos projetos, que representam menos de um terço da capacidade total, vão somar R$ 2,36 bilhões de receita até 2025, quando o contrato de fornecimento emergencial termina.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo. 

 

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