Governo estadual declara “Estado de Atenção” enquanto 71 municípios do Espírito Santo enfrentam crise hídrica e adotam medidas preventivas
Por Kebim Tamanini
Nos últimos dias, o noticiário capixaba tem destacado os incêndios e queimadas que atingem o Espírito Santo, além da estiagem prolongada provocada pela falta de chuvas. Diante dessa situação crise hídrica, o governo do estado declarou “Estado de Atenção” na última quarta-feira (18), conforme publicado no Diário Oficial. A medida impôs restrições para grandes setores, mas gerou dúvidas entre a população sobre a possibilidade de racionamento para o uso humano, principalmente na Região Metropolitana da Grande Vitória.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na sede do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), o governador Renato Casagrande, acompanhado de sua equipe técnica, esclareceu que, embora haja uma redução nas vazões dos rios Santa Maria e Jucu, responsáveis pelo abastecimento da Grande Vitória, não há risco de desabastecimento neste momento.
“Todos os nossos rios estão com vazões reduzidas, e isso está se intensificando porque já faz tempo que não chove”, explicou Casagrande. “Estamos justamente nesse momento de diminuição mais acentuada da vazão dos nossos mananciais”, completou.
De acordo com dados da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), atualmente, o rio Jucu está com vazão de cerca de 8 mil litros por segundo, enquanto o rio Santa Maria registra aproximadamente 3.700 litros por segundo, valores considerados baixos devido à longa estiagem. No entanto, o governador foi categórico ao afirmar que “não há ameaça ao abastecimento da região metropolitana”.
O diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, reforçou essa posição, explicando que o reservatório da Hidrelétrica de Rio Bonito, que opera com 84% de sua capacidade, garante a segurança hídrica da Grande Vitória. “Apesar da estiagem, não há risco imediato de desabastecimento, mas o monitoramento contínuo é fundamental até a chegada das chuvas, esperadas dentro de um mês e meio”, afirmou.
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A nova resolução do governo impôs restrições ao uso da água, focadas especialmente em grandes consumidores. As principais medidas incluem:
- Redução de 20% no uso agrícola;
- Redução de 25% no uso industrial;
- Redução de 35% para outros usos que não envolvam irrigação ou indústrias.
Diferente da resolução anterior, publicada em julho, o atual “Estado de Atenção” não estabelece restrições diretas ao consumo doméstico. No entanto, práticas como a lavagem de calçadas, vidraças e a umidificação de vias estão proibidas, e as prefeituras municipais são responsáveis por fiscalizar o cumprimento dessas proibições.
Mesmo assim, Ahnert alertou a população sobre a importância de economizar água diariamente. “Medidas simples, como banhos mais rápidos, fechar as torneiras e reutilizar a água sempre que possível, são essenciais”, destacou, dando exemplos como reaproveitar a água da máquina de lavar para limpar a casa.
Atualmente, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), 71 municípios do Espírito Santo enfrentam uma situação crítica de escassez de água, reforçando a importância de medidas para a economia hídrica e o combate ao desperdício.
