A verdadeira evolução da governança surge quando lideranças e colaboradores caminham juntos, em direção à construção de uma organização ética e adaptável
Por Cosme Péres
Em um mundo corporativo em constante transformação, é cada vez mais claro que a evolução da governança corporativa depende não apenas de processos e estruturas, mas principalmente das pessoas, que dão vida às organizações.
As empresas bem-sucedidas estão percebendo que a governança eficaz vai além de regras e relatórios: trata-se de lideranças inspiradoras, equipes engajadas e uma cultura colaborativa que fomenta a inovação.
Tradicionalmente, a governança era vista como um conjunto de normas destinadas a garantir transparência e responsabilidade na entrega de resultados para os acionistas.
No entanto, regras isoladas não bastam se não houver um alinhamento coletivo com os valores e objetivos da empresa. A verdadeira evolução da governança surge quando lideranças e colaboradores caminham juntos, em direção à construção de uma organização ética, resiliente e adaptável.
Nesse contexto, os conselhos de administração desempenham um papel decisivo ao definir estratégias e estabelecer uma cultura forte de governança. Quando diversificados em experiências e perspectivas, esses conselhos promovem uma tomada de decisões mais rica e equilibrada, fortalecendo a capacidade da empresa de enfrentar desafios complexos. Essa diversidade de ideias torna as organizações mais inovadoras e preparadas para o futuro.


Atração e retenção de talentos também são cruciais para uma governança moderna. Colaboradores que compreendem e valorizam seus papéis dentro da organização contribuem para uma governança mais forte ao agir com ética e responsabilidade.
Criar ambientes onde a transparência, o diálogo aberto e a inclusão são práticas cotidianas ajuda a engajar as pessoas e garantir que todos se sintam protagonistas na jornada da empresa.
O incentivo à cultura de aprendizado contínuo é outro fator chave. Em um mercado dinâmico, a capacidade de aprender e se reinventar é fundamental para a competitividade das organizações. A governança deve equilibrar a preservação da integridade corporativa com o estímulo à inovação e criação de valor sustentável.
Além disso, lideranças inspiradoras que promovem um ambiente psicologicamente seguro para a colaboração e a experimentação fortalecem a governança, ao alinhar propósitos individuais e organizacionais.
Essas lideranças vão além de assegurar o cumprimento de práticas tradicionais, promovendo uma cultura onde cada membro da equipe se sente valorizado e motivado.
A evolução da governança não está apenas em processos bem estruturados, mas principalmente nas pessoas que os implementam com dedicação e propósito. Quando os valores de governança fazem parte do DNA organizacional, o resultado é uma empresa mais sólida, ética e preparada para os desafios do futuro.
Investir nas pessoas é, portanto, investir na evolução da governança e na construção de organizações que constroem e deixam um legado positivo para a sociedade.
Cosme Péres é vice-presidente da ABRH-ES, psicólogo e executivo de Gestão de Pessoas