Primeira mulher eleita para presidir a OAB-ES, Erica Neves fala sobre a importância da conquista e da responsabilidade de assumir o cargo
Por Robson Maia
Primeira mulher eleita para presidir a seccional Espírito Santo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), Erica Neves afirma que a Ordem vai voltar a ter diálogo com a sociedade. “O diálogo deixou de ser uma ferramenta para a Ordem. Vamos ter diálogo com o sistema judicial de forma efetiva, constante e produtiva e com todas as instituições da sociedade. Esse diálogo conferiu à Ordem um protagonismo nos resultados sociais, o que perdemos nos últimos anos”, disse a advogada.
Eleita com 53,08% dos votos, em eleição realizada no dia 22 de novembro de 2024, após um pleito que teve acusações nas redes sociais, embates e ações judiciais, ela venceu o atual ocupante do cargo por dois mandatos, José Carlos Rizk Filho, que alcançou 32,59% dos votos, e Ben-Hur Farina, que contabilizou 14,3%.
Nesta entrevista, a presidente eleita fala sobre a emoção da conquista: “É a maior honra da minha vida”, e a importância do cargo ser ocupado pela primeira vez por uma advogada.
“Eu sabia que as mulheres precisavam dessa representação, desse espelho na gestão da OAB-ES, o que sempre nos faltou, mas a dimensão disso eu estou vendo no dia a dia e percebo que impactamos muito além da advocacia. Isso é importante e é uma responsabilidade muito grande”, afirmou.
Passado o pleito turbulento, Neves comenta que “a resposta da advocacia foi na urna e ter essa votação me traz mais tranquilidade para que a gente encerre o pleito eleitoral. A eleição acabou. A gente precisa respeitar a democracia e trabalhar para todos”.
Na entrevista concedida ao portal ES Brasil, Erica Neves criticou o processo de escolha dos nomes para o Quinto Constitucional (advogados indicados para a vaga de desembargador no Tribunal de Justiça do ES). “Lamento o processo de escolha do Quinto Constitucional, do início ao fim, de como ocorreu. Sou contra esse formato. Sempre fui. Se fosse em 2025 o pleito seria democrático, correto e respeitando a democracia, a advocacia e sem a interferência da presidência”.