Mais do que um evento pontual, o Dia da Mulher deve ser um marco do compromisso da empresa com a equidade ao longo do ano todo
Por Kamilla Matos
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, se aproxima e, como sempre, muitas empresas preparam homenagens às suas colaboradoras. Mas será que flores e brindes realmente fazem diferença? Mais do que um gesto simbólico, essa data deve ser uma oportunidade para promover mudanças reais no ambiente corporativo.
Relatórios do Fórum Econômico Mundial e da McKinsey mostram que as mulheres ainda enfrentam desafios, tais como a menor representatividade em cargos de liderança e a desigualdade salarial. Se nenhuma ação concreta for tomada, a equidade de gênero no trabalho pode levar mais de 130 anos para ser alcançada. Diante desse cenário, as organizações precisam ir além da celebração e adotar iniciativas que impulsionem o desenvolvimento das mulheres no ambiente corporativo.
O primeiro passo é entender a realidade interna. Diagnósticos sobre equidade de gênero, promoções e remuneração ajudam a identificar barreiras e direcionar mudanças eficazes. Além disso, a criação de programas de mentoria fortalece o desenvolvimento das mulheres, conectando-as a líderes que possam apoiá-las no crescimento profissional.
Outro aspecto essencial é oferecer políticas que facilitem a conciliação entre carreira e vida pessoal. Flexibilidade de horários, suporte no retorno da licença-maternidade e programas de bem-estar fazem a diferença na retenção e no desempenho das colaboradoras.
Além da adotar ou até mesmo lançar mudanças estruturais, o Dia da Mulher pode ser aproveitado para investir em educação continuada. Workshops, palestras e treinamentos sobre liderança, negociação e inteligência emocional ajudam as mulheres a expandirem suas competências e ampliarem suas oportunidades. Promover rodas de conversa sobre desafios e conquistas femininas fortalece o engajamento e o senso de pertencimento.


Treinamentos sobre vieses inconscientes também são fundamentais. Muitas decisões no mundo corporativo ainda são influenciadas por estereótipos, limitando as oportunidades para as mulheres. Sensibilizar líderes e equipes sobre esses vieses é um passo essencial para um ambiente mais inclusivo.
Por fim, as empresas precisam estabelecer metas e indicadores para acompanhar os avanços na equidade de gênero. Monitorar dados de contratação, promoção e desenvolvimento ajuda a garantir que as ações tenham impacto real.
Mais do que um evento pontual, o Dia da Mulher deve ser um marco do compromisso da empresa com a equidade ao longo do ano todo.
O progresso acontece quando as organizações investem em criar oportunidades para que as mulheres cresçam, ocupem espaços de liderança e sejam reconhecidas por seu talento, não como um fato isolado, mas como parte da cultura corporativa.
Kamilla Matos é facilitadora de aprendizagem e diretora da ABRH-ES.