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sexta-feira, 3 maio, 2024

Desastres Naturais: prevenção é o melhor remédio!

Sem visão de mudança a curto prazo, mesmo sabendo que podem ocorrer desastres naturais, estes serão improváveis de serem evitados

Por Luiz Fernando Schettino

Os desastres naturais sempre existiram e são responsáveis por transformar a ordem natural, ajudando na renovação dos ecossistemas e na transformação do relevo. Impactam a vida dos seres atingidos e das populações humanas, pela destruição que provocam, pelos inúmeros prejuízos materiais, sofrimentos e perda de vidas, danos que em muitos casos podem ser evitados por políticas de prevenção e fiscalização e se as populações respeitassem as determinações legais, especialmente as normas ambientais.

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Fenômenos naturais extremos quase sempre produzem consequências graves para o ser humano, com grandes gastos de recursos públicos, como no caso das chuvas intensas que têm assolado todas as regiões do país. Destacando aqui a Região Sudeste, que sofreu tempestades arrasadoras, como no litoral de São Paulo no início deste ano e no Rio de Janeiro, especialmente Petrópolis e arredores, que têm sofrido tragédias climáticas seguidas, com perdas socioeconômicas enormes e de muitas vidas.

O Espírito Santo (destacando o ano de 2013) e Minas Gerais não fogem a essa regra, pois são estados com impactos climáticos constantes e que penalizam grande parte da população.

Desastres naturais fazem parte do funcionamento do planeta, mas suas ocorrências e intensidade têm aumentado pela ação humana sobre o meio ambiente. Muitos desses fenômenos, especialmente as chuvas, têm se intensificado pelo aquecimento global e pela degradação ambiental, ampliando o poder de destruição em função do desequilíbrio ambiental. E, por mais que se consiga avançar em novas tecnologias de previsão desses fenômenos, seus impactos continuam causando prejuízos de toda ordem, consumindo recursos públicos preciosos e ceifando vidas.

Lamentavelmente, sem uma visão de que algo possa mudar no curto prazo, mesmo sabendo-se que podem ocorrer desastres naturais, quase sempre serão improváveis de serem evitados.

Nesse sentido, a prevenção é o melhor remédio segundo leciona o professor de Hidrologia e Recursos. Hídricos da USP São Carlos, Eduardo Mario Mendiondo, na apresentação do livro “Prevenção de Desastres Naturais Conceitos Básicos”: “[…] na escala mundial, cada R$ 1 investido em prevenção equivale, em média, entre R$ 25 e R$ 30 de obras de reconstrução pós-evento […]”, afirmando ainda que: “[…] os desastres têm magnitudes amplas e variadas, fundamentalmente pela falta de alocação de recursos […] para a fase de prevenção. […]”.

Prevenção que precisa buscar trabalhar a conscientização da população; a integração de ações entre níveis de governo; a fiscalização efetiva pelos órgãos públicos, especialmente na proteção florestal e no uso e ocupação dos solos; orçamentos mais adequados; e ter uma estrutura administrativo-funcional ágil no atendimento das populações atingidas por eventos naturais extremos, uma vez que não é possível evitar desastres naturais, mas é possível amenizar perdas, sofrimentos e gasto de dinheiro em ações paliativas e repetitivas.

Luiz Fernando Schettino é Engenheiro Florestal, Mestre e Doutor em Ciência Floresta. É também Professor da UFES e Advogado.

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