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sábado, 27 abril, 2024

Do pequeno ao grande: como a variedade de portes beneficia o cooperativismo

A diversidade de escala permite que as coops atuem desde em mercados locais a internacionais, atendendo a demandas de diferentes públicos

Por Carlos André Santos de Oliveira

Quando se fala em cooperativismo, em que tipo de produção você pensa? Larga, média ou pequena escala? Na realidade, todas essas alternativas são viáveis e contribuem para a diversificação do modelo socioeconômico. Tudo depende do contexto e objetivo do negócio.

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A variedade de porte das cooperativas propicia a oferta de produtos e a geração de empregos e renda para públicos distintos. Temos bons exemplos no Espírito Santo, e os dados extraídos da última edição do Anuário do Cooperativismo Capixaba mostram bem essa realidade.

Das 119 coops registradas no Sistema OCB/ES, 19,8% possuem até 50 cooperados, pessoas que participam das decisões e resultados dos negócios quando se tornam membros. A agricultura familiar, por exemplo, permite aos pequenos produtores terem acesso a melhores oportunidades de escoamento e comercialização dos alimentos que cultivam.

Negócios cooperativistas em menor escala também permitem decisões mais rápidas e flexíveis, foco nas necessidades da comunidade local, maior proximidade entre as pessoas que participam da coop e uma inovação mais ágil, devido às suas estruturas menos burocráticas.

Tão importantes quanto são os 25,2% de cooperativas que têm entre 51 e 200 cooperados. As coops educacionais do Espírito Santo são uma referência nesse cenário. Atuando em diferentes municípios, elas atendem a demandas de ensino locais, sem que os alunos e seus pais precisem se deslocar para grandes centros urbanos.

Ao contarem com um número maior de cooperados, essas cooperativas ainda conseguem ampliar sua gama de serviços e investir mais em sua infraestrutura, tecnologia e expansão. Outro ponto positivo é que elas podem ser mais influentes em âmbito regional ou setorial, representando os interesses de seus membros de forma mais impactante.

Há, ainda, outros dois grupos. O primeiro, composto pelas coops que possuem entre 201 e mil cooperados (28,9%). O segundo, por coops com mais de mil cooperados (26,1%). Neles, temos negócios bem consolidados na agropecuária, na saúde e no crédito aqui no Espírito Santo.

Elas conseguem abarcar um leque mais amplo de cooperados e acessar mercados de diferentes municípios, estados e até mesmo outros países, abrindo portas para novos negócios. Esses empreendimentos ainda contribuem para elevar a competitividade do coop como um todo, visto que produzir em maior escala reduz custos de produção, distribuição e administração. Um tamanho maior muitas vezes também implica em mais estabilidade financeira, tornando essas coops mais resilientes a flutuações econômicas.

Em resumo, independentemente do porte, as cooperativas fortalecem umas às outras ao realizarem um trabalho sério e de qualidade. Isso demonstra o potencial do cooperativismo em se adaptar a diferentes contextos e objetivos com sucesso.

Carlos André Santos de Oliveira é diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Sebrae/ES.

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