21 C
Vitória
domingo, 28 abril, 2024

Cooperativismo e Agricultura no ES: valiosos suportes para economia

Entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, o número de sede de cooperativas de créditos singulares passou de 84 para 174

Não é raro ouvir opiniões favoráveis sobre o benefício que a atividade rural gera para uma economia. E, se a Amazônia é o pulmão do mundo; a Agricultura é o estômago. O potencial alimentício do Brasil quase desapareceu, no início dos anos 1960, quando a sua Plutocracia, financiada com recursos do Estado, e ludibriada pela armadilha do modelo de substituição de importações, transitava no Planalto Central, convicta de que o anacrônico Modelo de desenvolvimento por de Substituição de Importação desenvolveria a economia brasileira.  Ledo engano.

A plutocracia, naquele momento, por conveniência ou ignorância, apenas importava sucata da indústria de transformação de país desenvolvido, embalada pelo canto de Sereia, que afirmava que a dinâmica da economia estava nos centros urbanos e suas indústrias. Empregos? Só nas cidades.

- Continua após a publicidade -

Esse canto de Sereia que induziu o agricultor a sair do campo e ir para as cidades – em busca de emprego – rapidamente parou, mas deixou seu rastro: desemprego, falta de moradias, de escola, e de futuro para o cidadão que saiu do campo iludido com as (falsas) promessas de que, nas cidades, havia mais oportunidades para trabalho.

Esse canto de Sereia esqueceu de informar que empregabilidade é uma circunstância que depende de capacidade técnica. Característica inexistente no mercado de trabalho para a maioria absoluta dos brasileiros – nos anos 1960 e atuais.

Onde, esse relato quer chegar? Nas estatísticas do Cooperativismo.

Felizmente indicam que a agricultura – precipuamente, a do pequeno produtor, na Agricultura Familiar sobreviveu aos efeitos deletérios dos cantos de Sereia de que no Campo não há espaço para a atividade econômica lucrativa. Felizmente o Cooperativismo não deu ouvidos a esse equivocado mantra.

Acompanhando o aumento de Sedes e Postos de Atendimento de Cooperativas de Créditos Vê-se um mercado ativo puxado pela Agricultura, inclusive a familiar. A confirmação desse dinamismo do Cooperativismo está descrita na expansão do número de Cooperativas de Crédito singulares.

O número de municípios, fora da Região metropolitana, que têm Cooperativas e/ou Bancos, aumentou de 84 em 2018 para 174 em 2022. Neles, a maioria dos clientes são agricultores ou prestadores de serviços relacionados à Agricultura.

Entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, o número de sede de cooperativas de créditos singulares passou de 84 para 174.

Dentre as Regiões brasileiras, entre 2018 e 2022, o foi Sul foi a que apresentou maior percentual de municípios com atendimento de cooperativas de crédito – aproximadamente 96% – em 2018 era 91,9%. Na sequência está o Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste.

Cabe dizer que, o acesso a linhas de crédito disponibilizadas pelas Cooperativas é essencial para a sustentação do ritmo e da qualidade da agricultura desses municípios e respectivas regiões fronteiriças.

O cenário e as estatísticas descritas neste texto são, sem trocadilhos, a mais perfeita tradução de como a Agricultura é necessária para a economia – inclusive e principalmente, a do Espírito Santo – e como o Cooperativismo a impulsiona.

Portanto, só nos resta ratificar sua importância e parabenizar todos que contribuem para esse legado.

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.

Mais Artigos

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Fique por dentro

ECONOMIA

Vida Capixaba