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terça-feira, 7 maio, 2024

Calor deve causar quebra de 30% na safra do café capixaba

Colheita, que começa neste mês, deve atingir 15 milhões de sacas no Espírito Santo

Por Kikina Sessa

O fenômeno climático El Niño, que causou altas temperaturas durante o desenvolvimento do fruto do café, deve afetar a safra 2024 causando uma quebra na produção do Estado em torno de 30%. Apesar disso, a expectativa é de que seja registrado aumento na quantidade de sacas, chegando à marca de 11 milhões do conilon e 4 milhões do arábica.

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“Nossa safra poderia ter sido melhor, não fosse essa bolha de calor que tivemos no período de desenvolvimento do fruto. Tivemos uma quebra em torno de 30%. E também tivemos a cochonilha da roseta, que afetou o conilon na produtividade”, afirma o coordenador estadual de cafeicultura do Incaper, Fabiano Tristão.

A expectativa quanto à colheita, que se inicia neste mês, é de 11 milhões de sacas do conilon no Estado. No ano passado foram colhidas 9 milhões de sacas. O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por aproximadamente 70% da produção nacional.

Já para o arábica, o Incaper prevê chegar a 4 milhões de sacas, sendo 1,5 milhão de cafés superiores, sem defeito. “Não é uma colheita recorde, mas é uma boa colheita. No ano passado foi em torno de 2,8 milhões”, disse Tristão.

As condições climáticas adversas que foram enfrentadas podem ter impactado a formação dos grãos, assim como há a possibilidade de que o café apresente qualidade um pouco inferior à da safra passada, comenta o presidente da Cooabriel (Cooperativa Agrária dos Cafeicultores), Luiz Carlos Bastianello. “Cabe ressaltar que neste momento seria prematuro afirmar sobre quebra de produtividade, uma vez que estamos apenas no início da colheita”.

Preços

Apesar da perda na produtividade, o mercado anda animado com o preço acima de R$ 1.100 da saca do conilon. O preço, considerado excelente, decorre de problemas enfrentados pelo Vietnã, que é o maior produtor mundial de conilon. O Brasil é o segundo maior.

“As expectativas são boas para que se mantenha o preço elevado, pois os estoques mundiais estão baixos e a situação no Vietnã (seca e logística) não se resolve fácil. A tendência é manter um preço bom ao longo da safra”, avalia o coordenador do Incaper.

Já o arábica, de menor qualidade, está variando de R$ 1.150 a R$ 1.350 a saca. Não são preços excelentes mas razoáveis.

No Estado, 75% da área de cultivo do conilon está situada no Norte e 25% no Sul, como em Cachoeiro, Castelo, Alegre. O arábica ocupa a região de montanhas e do Caparaó e, apenas 8% está na região Noroeste, em Mantenópolis.

A safra do conilon deve ir até agosto e a do arábica até outubro. Neste período surge também o desafio da mão de obra, que é o custo que mais impacta a produção. Hoje, um trabalhador recebe em torno de R$ 30 a R$ 35 por saco de café colhido no pé. E, segundo especialistas, já começam a chegar trabalhadores do Nordeste e de Minas Gerais para atender a demanda.

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