Cuidar da saúde mental através do autoconhecimento é um ato de respeito por nós mesmos. É perceber que não precisamos ser perfeitos, mas autênticos
Por Neidy Christo
Vivemos dias intensos, muitas vezes movidos por uma avalanche de expectativas externas, enquanto silenciamos nossas próprias necessidades. E é nesse movimento, tão comum e sutil, que perdemos o contato com aquilo que realmente somos.
Entender a nós mesmos é mais do que uma jornada filosófica; é uma prática essencial para cuidar da nossa saúde mental. Quando nos conhecemos, conseguimos identificar os gatilhos que nos desestabilizam, reconhecer os momentos em que precisamos de uma pausa e, acima de tudo, valorizar nossas próprias conquistas. Afinal, como podemos nos sentirmos bem se sequer sabemos o que realmente importa para nós?
O autoconhecimento começa pela coragem de olhar para dentro, algo que não é fácil em uma sociedade que nos empurra para o “fazer” constante.
Reservar momentos para refletir sobre o que sentimos e o porquê de nossas reações é um cuidado indispensável. Muitas vezes, nos habituamos a uma rotina sem questionar se ela realmente nos faz felizes ou se estamos apenas reproduzindo padrões que não nos servem mais.
Praticar a autoavaliação é essencial. Separar um momento para revisar o que deu certo em um dia ou em uma semana, e o que poderia ser ajustado nos permite tomar decisões mais conscientes. Não se trata de perfeição, mas de progresso. Identificar padrões em nossas atitudes é o primeiro passo para transformá-los.
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Feedback: ponte ou barreira no seu desenvolvimento? - Receber um bom feedback pode abrir nossos olhos para pontos cegos, para aspectos que, sozinhos, talvez não conseguíssemos enxergar Outra ferramenta poderosa é o diálogo. Conversar com pessoas de confiança — seja um amigo próximo, um mentor ou até um colega de trabalho — nos ajuda a enxergar ângulos que, sozinhos, talvez não percebêssemos.
Além disso, buscar inspiração em leituras ou em conteúdos que nos desafiam a pensar de forma diferente, tais como palestras ou debates também é bastante relevante. Esses momentos de aprendizado muitas vezes nos trazem insights valiosos sobre quem somos e sobre as mudanças que desejamos implementar na vida.
Cuidar da saúde mental através do autoconhecimento é um ato de respeito por nós mesmos. É perceber que não precisamos ser perfeitos, mas autênticos. É aceitar nossas vulnerabilidades e entender que elas também fazem parte de quem somos.
Essa aceitação não significa acomodação, mas sim criar um terreno fértil para a mudança consciente e alinhada com nossos valores.
Por isso, ao final de cada dia, costumo me perguntar: “Hoje eu vivi de acordo com quem realmente sou?” Essa pergunta simples, mas poderosa, me convida a repensar escolhas, ajustar rotas e, principalmente, a ser mais gentil comigo mesma.
E você, quando foi a última vez que se escutou de verdade?
Neidy Christo é presidente da ABRH/ES, doutoranda em Administração e Consultora em Desenvolvimento Humano
