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sexta-feira, 3 maio, 2024

2024: o ano da estratégia do Dragão

Por Cláudio Rabelo

É impressionante a capacidade das mitologias para moldar a realidade e criar estéticas de existência capazes de justificar a complexidade do mundo. Não me refiro apenas às gregas ou romanas, tão difundidas na cultura pop, mas também a todo modelo arquetípico que tem atravessado as culturas, como a suméria, iorubá, tupi-guarani, inca, egípcia, nórdica, mongol e indiana, que mesmo diferenciadas no tempo e no espaço, repetem histórias muito parecidas sobre o mito criador, a rivalidade entre os irmãos, os fenômenos da natureza, a justiça, os tipos de amor, sem falar em seus usos para justificar a origem da legitimação dos poderes.
Meu próximo livro traz grande ênfase à figura dos dragões, indo a fundo nas diferentes mitologias que são capazes de justificar tal metáfora como um método voltado para orientar os gestores de marcas para cinco tendências (ou pontos de atenção) estratégicas da contemporaneidade: a criatividade, a inovação, o branding, a influência e o conteúdo.
A criatividade ocorre quando usamos a imaginação para transformar a realidade aparente ao questionarmos um modo de fazer a ciência, administrar uma empresa, comunicar uma ideia, ensinar um método ou até mesmo contar uma história. Pensar no “what if” (e se) já é um começo para o trabalho criativo. Já a inovação ocorre quando usamos a criatividade e a aplicamos em processos práticos, capazes de resolver problemas por caminhos ainda não testados.
A mitologia dos dragões tem sido apropriada criativamente e inventivamente desde os antigos povos da Suméria e da Babilônia, passando pelos chineses da dinastia Qin, o ator Bruce Lee,
São Jorge e até mesmo chegou a ser utilizada para nomear um rival em Rocky IV. E ainda a vemos em Harry Potter, Game of Thrones, Drácula, Raya, Godzilla e o clássico “A história sem fim”. Observe também a saga de jogos eletrônicos clássicos como Super Mário Bros, Altered Beast, Warcraft e Spyro.
Não é à toa que os dragões, como símbolos de força, poder, inteligência e sabedoria ainda hoje flamulam nas bandeiras de Butão e do País de Gales. Também remetem ao branding, uma vez que a mitologia dos dragões não deixa de ser formada por uma miríade visual (e sensorial) que contempla um zoomorfismo capaz de aproveitar a força de diferentes animais. São como ornitorrincos,
mas que deram certo! Chamo também a atenção para o trabalho do marketing de influência e produção de conteúdo, ao atentar para o protagonismo que tais personagens exercem sobre as comunidades nas histórias.
Nasci no ano do dragão (1976) pelo horóscopo chinês, um ciclo que se repete a cada doze anos. Tenho atentado aos momentos importantes da minha vida em 1988, 2000 e 2012, mas não me atenho aqui à crença na mitologia. Reforço a magnificência dos símbolos, que não deixam de nos encantar. O ano de 2024 não tem para mim a força de uma religião, dogma e tampouco superstição, mas um significado lúdico e motivador em direção ao planejamento estratégico, seja ele para qual área for.

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Cláudio Rabelo é professor da Ufes e autor do best-seller “A estratégia do cafezinho: como transformar produtos em marcas imbatíveis”.

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