Vila Velha (8,40%) desbanca o município de Vitória (5,73%) no segmento de imóveis de luxo no primeiro trimestre de 2022
Por Amanda Amaral
A procura por apartamentos de médio e alto padrão caiu no primeiro trimestre deste ano. O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) desse segmento nos primeiros três meses de 2022 foi de 7,30%, quando no mesmo período em 2021 foi de 7,46%.
Contudo, Vila Velha se destacou nesse mercado e apresentou um IVV de 8,40% frente aos 7,80% registrados no mesmo trimestre do ano passado. Com isso, ultrapassou Vitória com relação a venda dos imóveis de alto padrão. A capital reduziu a velocidade de vendas nesse segmento de 6,83% para 5,73% na comparação entre os trimestres de 2021 e 2022.
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Em Vila Velha, os bairros que mais se destacam com relação aos imóveis de luxo são Itapuã e Praia da Costa. Já em Vitória, as opções de localização são variadas. Entre elas: Mata da Praia, Jardim da Penha, Praia do Canto, Barro Vermelho e Enseada do Suá. As informações são do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).
Influência da pandemia
O vice-presidente do Sindicato, Leandro Lorenzon, explica que houve grande demanda por empreendimentos de alto padrão durante a pandemia da Covid-19, em razão de uma maior preocupação das pessoas com o bem-estar e a qualidade de suas moradias.
“O consumidor de alto padrão possui condições de realizar esse investimento. Houve busca e as pessoas compraram, com isso essa necessidade foi atendida. Em 2022, percebemos pelo indicador que a velocidade de venda já não é a mesma, porém ainda existe procura por esse tipo de imóvel”, afirmou.
Nos dois últimos anos, as maiores altas no segmento ocorreram no terceiro e quarto trimestres de 2020, quando o IVV chegou a 13,50% e 9,56%, respectivamente.
Procura por econômicos
A desaceleração ocorreu de uma forma geral, já que o IVV de todos os empreendimentos residenciais na Grande Vitória foi de 7,87% na última avaliação e nos três primeiros meses do ano passado foi de 8,00%.
Em contrapartida, houve aumento na velocidade das vendas dos programas Casa Verde e Amarela na Grande Vitória, que passou de 7,73% para 8,23% na análise entre os trimestres de 2021 e 2022.
Investimento em imóveis
Para Leandro Lorenzon a desaceleração não desmotiva o mercado imobiliário, já que em momentos de instabilidade, como é o caso do atual momento político de pré-eleições, a busca por imóveis se torna uma opção.
“As pessoas compram e colocam para alugar ou para se tornar a moradia do filho, nesse momento muita gente quer fugir da renda variável, que tem mais volatilidade nesses períodos”, avaliou.
O vice-presidente do Sinduscon também comentou sobre a taxa básica de juros, a Selic, que aumentou de 12,75% para 13,25% na semana passada após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“A Selic em alta gera atração para rendimentos de taxa fixa, mas algumas pessoas já entenderam também que não é duradouro, que é uma decisão para controle monetário do Copom. Já se fala na taxa voltar ao patamar de 8% a 7%. Já o imóvel e uma aquisição de longo prazo. A alta pode afetar muito o trabalhador de renda média, mas para o de alto padrão não afeta tanto a ponto de causar efeito de redução de demanda”, analisou.
Com relação à financiamentos para imóveis de luxo, segundo dados do Sinduscon-ES, 99% deles são realizados pelo Bradesco, Santander e Itaú. Já no segmento econômico se destacam a Caixa Econômica Federal e o Banestes.
Número de empreendimentos
Em março foram ofertadas 3.939 unidades na Grande Vitória. O acumulado de vendas do trimestre analisado é de 1.015 unidades. Desse total, 47% são de médio e alto padrão e 53% do econômico. Conforme a amostra, foram lançadas 624 novas unidades residenciais, sendo 192 de alto padrão e 432 no segmento econômico.
Segmento de alto padrão
Três fatores são relevantes para a caracterização do segmento de alto padrão. São eles: localização, revestimentos e tecnologia. “Não é mais o tamanho do imóvel que o valoriza, mas sim o que ele oferta. Hoje, você pode ter um apartamento de um quarto que é caríssimo, e que atende, por exemplo, um casal”, explica Leandro Lorenzon.
Sobre a pesquisa
O IVV permite que se tenha uma visão da dinâmica, do comportamento, ritmo e desempenho do mercado imobiliário capixaba. Também serve de ferramenta para nortear as decisões dos empreendedores. A pesquisa foi realizada pelo Sinduscon-ES com as 20 maiores empresas do mercado imobiliário capixaba.
Confirma os números do Índice de Velocidade de Vendas (IVV) na Grande Vitória:
Empreendimentos residenciais na Grande Vitória (bruto)
Primeiro trimestre de 2022 – 7,87%
Primeiro Trimestre de 2021 – 8,00%
Segmento de médio e alto padrão na Grande Vitória (bruto)
Primeiro trimestre de 2022 – 7,30%
Primeiro Trimestre de 2021 – 7,46%
Segmento econômico na Grande Vitória (bruto)
Primeiro trimestre de 2022 – 8,23%
Primeiro Trimestre de 2021 – 7,73%
Segmento de médio e alto padrão em Vila Velha
Primeiro trimestre de 2022 – 8,40%
Primeiro Trimestre de 2021 – 7,80%
Segmento de médio e alto padrão em Vitória
Primeiro trimestre de 2022 – 5,73%
Primeiro Trimestre de 2021 – 6,83%
Fonte: Sinduscon-ES