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sábado, 27 abril, 2024

Valadão desabafa sobre casos de racismo no ES: “Não aguento mais”

Deputada estadual e presidente de Comissão de Direitos Humanos, Camila Valadão expôs indignação com casos registrados nas últimas semanas

Por Robson Maia

Em vídeo publicado nas redes sociais, a deputada estadual Camila Valadão (Psol) desabafou sobre as constantes denúncias recebidas em seu gabinete de casos de racismo no Espírito Santo. A parlamentar ressaltou o Projeto de Lei de sua autoria, protocolado na Assembleia Legislativa (Ales) que determina diretrizes para o registro de boletins de ocorrência em delegacias.

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Valadão mencionou casos que ganharam manchetes dos jornais nas últimas semanas. Um deles é o da rainha de bateria da escola de samba Imperatriz do Forte, Izabella Azevedo, que acusa uma moradora do condomínio onde trabalha, na Praia do Canto, em Vitória, de injúrias raciais. No boletim de ocorrência, Azevedo relata que foi xingada de “neguinha” e que a autora do crime a filma e fotografa em tom de perseguição durante o trabalho.

Outro caso mencionado pela deputada do Psol envolve o técnico de futebol Rodrigo Cesar. No último domingo, durante a partida entre Rio Branco e Nova Venécia, válida pelas quartas de final do Campeonato Capixaba, Rodrigo relatou ter sido alvo de racismo após um torcedor chamá-lo de “macaco” por diversas vezes. O treinador também registrou queixa em uma delegacia.

Valadão desabafa sobre casos de racismo no ES: “Não aguento mais”
Rodrigo César, do Rio Branco, foi alvo de racismo durante jogo do Capixabão 2024 – Foto: Assessoria Rio Branco

O caso que fez Valadão ir às redes para o desabafo aconteceu nesta quinta-feira (21), no município de Castelo. Segundo relatos da parlamentar, um trabalhador da região foi ofendido e chamado de “macaco” e “neguinho”. Valadão afirmou que recebeu um áudio da vítima, aos prantos.

“Olha, não aguento mais receber notícias de racismo no Espírito Santo, só nos últimos dias foram três casos. Isso aqui é para registrar a nossa indignação, a nossa solidariedade às vítimas e também compartilhar um pouco do que a gente está fazendo e ouvir vocês. […] Hoje eu acordo com uma mensagem e um pedido de ajuda para mais um caso de racismo agora no município de Castelo. Chorei ao ver o relato do trabalhador, que foi chamado de macaco, nego safado e vagabundo”, desabafou a parlamentar.

A parlamentar informou que apresentou no Legislativo um PL para determinar as ações após a apresentação de denúncias em delegacias do Espírito Santo.

“Apresentei um Projeto de Lei aqui na Assembleia que estabelece as diretrizes para o registro de boletim de ocorrência de crimes resultantes de discriminação ou preconceito. Nós vamos cobrar do Governo do Estado, e, aliás, o Espírito Santo está atrasado na criação de uma delegacia especializada de repressão aos crimes por discriminação”, disse Valadão.

A deputada frisou que tem estabelecido diálogos com representantes de movimentos sociais para cobranças de políticas estaduais para garantia da igualdade racial e que sejam eficazes no combate ao racismo.

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