26 C
Vitória
sábado, 27 abril, 2024

Uma reforma para chamar de sua

A reforma do Sistema tributário deve pautar-se nas necessidades do contribuinte – que sustenta esse Estado – e para a economia, que gera suas receitas tributárias

Reformar o Sistema Tributário de um país não é trivial porque afeta interesses diversos e dispersos.

Quanto menos desenvolvido for um país, maiores as resistências às mudanças institucionais; porque suas instituições não estão preparadas para conviverem com elas.

- Continua após a publicidade -

O Brasil, apesar do seu tamanho físico e riqueza natural, tem taxa de crescimento econômico baixa; e instituições frágeis.

Como subdesenvolvido tem aparato institucional insuficiente – e a Reforma Tributária prometida pelo atual Presidente ainda não mostrou ao que veio.

Por enquanto, limita-se a discutir o método de discussão.

Está mais interessada em melhorar a imagem do Chefe de Estado do que reformar o Sistema Tributário.

Viés do caráter patrimonialista do Estado Brasileiro; que custa caro aos cofres públicos; retroalimenta a desigualdade social; e dificulta crescimento econômico.

A impressão que se tem das falas dos porta-vozes da Reforma é que tem muito macaco para pouca banana nesse jogo.

E, em se tratando da Reforma Tributária, quando os agentes econômicos não identificam onde eles estão, tomam decisões erradas.

Nesse momento, a questão é menos a dificuldade para os agentes identificarem o papel da Reforma; e mais o fato de o Estado Brasileiro ainda ser patrimonialista.

Assim, não é exagero admitir que, mesmo na 2ª década do Séc. XXI, dentro do Estado Brasileiro, há capitanias hereditárias penduradas nos feudos da República, às custas do cidadão-contribuinte.

Essa situação dificulta a condução e conclusão da Reforma Tributária.

Por isso, quando seus artífices disseram estar negociando-a, não se fez nenhum movimento para reverter o anacrônico status quo patrimonialista do Estado Brasileiro.

Realmente, tem muito macaco para pouca banana nesse processo.

E, nenhum deles menciona o efeito da cultura patrimonialista sobre a reforma do sistema tributário do País.

Como é que se reforma um Sistema Tributário do Séc XXI, amparado em parâmetros do século XV; presente e operante, dentro das instituições públicas brasileiras em 2023?

O Estado não pode, nem deve agir para beneficiar interesses que não sejam os coletivos.

Todos, inclusive ele, estão, sempre, a serviço do cidadão-contribuinte.

A reforma do Sistema tributário deve pautar-se nas necessidades do contribuinte – que sustenta esse Estado – e para a economia, que gera suas receitas tributárias.

Qualquer padrão de comportamento diferente desse não gera crescimento.

Se a Reforma Tributária não retirar os entraves patrimonialistas da legislação; não eliminará os vícios institucionais brasileiros que entravam seu crescimento econômico. E, enquanto houver resquício de Patrimonialismo nas instituições brasileiras, não haverá Reforma Tributária capaz de impulsionar crescimento.

É preciso agir priorizando o direito do cidadão-contribuinte. Esta é a atitude adequada para um Estado que se diz comprometido com uma Reforma Tributária que impulsionará o desenvolvimento do País.

O resto, é conversa para boi dormir…

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.

Mais Artigos

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Fique por dentro

ECONOMIA

Vida Capixaba