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domingo, 28 abril, 2024

Obesidade e diabetes estão entre as principais epidemias

Os dados preocupam especialistas, gestores e líderes em saúde no Brasil

O Brasil é o 5º país com maior número de casos de diabetes no mundo: cerca de 17 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes e é importante falar deles hoje, Dia Nacional do Diabetes.

A crescente prevalência de diabetes em todo o mundo é impulsionada por uma intricada interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos. O aumento contínuo dos números se deve, em grande parte, ao crescimento dos casos de diabetes tipo 2 e dos fatores de risco relacionados, que incluem níveis crescentes de obesidade, dietas não saudáveis ​​e falta de atividade física. No entanto, os níveis de diabetes tipo 1, com início na infância, também estão aumentando. Segundo o Atlas do Diabetes, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1.

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Fazer o diagnóstico precoce é um dos principais desafios, segundo o Dr. Mark Barone, vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF) e Coordenador Geral do Fórum DCNTs (Doenças Crônicas Não-Transmissíveis). De acordo com a IDF, 32% dessas pessoas não sabem que têm a condição, pois o diabetes tipo 2 (DM2) costuma ser assintomático nos primeiros anos, e quando os sinais aparecem geralmente vêm acompanhados de alguma complicação.

Da mesma forma, indivíduos com diabetes tipo 1 (DM1) também podem desenvolver complicações, como doença renal ou ocular, por falta de gerenciamento adequado. O relatório T1D (Type 1 Diabetes, ou Diabetes Tipo 1) Index, divulgado pela JDRF International, mostra que uma em cada três pessoas diagnosticadas com DM1 no Brasil não ultrapassa os 55 anos de idade. Os dados preocupam especialistas, gestores e líderes em saúde no Brasil, afinal o diabetes é uma condição crônica não transmissível (CCNT) altamente prevalente: em 2022, segundo o relatório T1D, havia 8.75 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com diabetes tipo 1.

A situação se torna mais grave se considerarmos que o diabetes tipo 2, que representa mais de 90% dos casos, está interconectado a síndromes metabólicas que aumentam as chances de desenvolver doenças renais, cardíacas, AVCs, entre outras. O Dr. Mark defende que o Brasil invista mais em campanhas de conscientização da população em geral e de educação em saúde para pessoas com CCNTs e profissionais de saúde. ‘Precisamos reduzir riscos de obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial através de hábitos saudáveis, assim como fazer diagnosticar e iniciar o tratamento de CCNTs prontamente’, diz o especialista.

Confira dicas importantes:

  1. O diabetes tipo 2 (DM2) caracteriza-se por uma combinação de mau funcionamento da insulina e uma deficiência na produção deste hormônio pelo organismo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação. Porém, vem crescendo o número de diagnósticos do tipo 2 em indivíduos mais jovens.
  2. Ter familiares com diabetes é um fator de risco para desenvolver a DM2. 
  3. Sinais de alerta: os sintomas clássicos do diabetes são aumento da sede, do volume urinário e perda não explicada de peso, porém nem sempre estão presentes.
  4. O diabetes pode prejudicar a circulação do sangue e o funcionamento dos nervos. Quando não é bem controlado, o diabetes causa excesso de glicose (açúcar) no sangue, a chamada hiperglicemia, que causa irritação nos vasos sanguíneos, gerando problemas principalmente nos rins, na visão, no coração, no cérebro e na sensibilidade dos pés.
  5. O tratamento do diabetes envolve a adoção de alimentação saudável e atividade física, ou seja, mudanças de estilo de vida, além da monitorização da glicemia e o autocuidado. Muitos casos de diabetes também necessitam de medicamentos para conseguir atingir o nível normal de glicemia.
  6. Corte calorias e faça boas escolhas. A mudança na alimentação não deve ser feita com base em dietas da moda. O caminho é reduzir a ingestão de calorias, aumentando o consumo de legumes, verduras e fibras em geral, reduzindo a ingestão de frituras e gorduras e evitando açúcar (doces, refrigerantes e sucos adoçados), massas (macarrão, tortas, empadas), farinhas (pão, biscoitos, bolos) e bebidas alcoólicas.
  7. Refeições programadas fazem diferença. O diabético deve planejar e controlar suas refeições. Recomenda-se fazer pelo menos cinco refeições ao dia, com horários programados, e não ficar mais de 3 horas sem comer, além de escolher os alimentos adequados e controlar suas quantidades.
  8. Praticar exercícios é um santo remédio. A prática de atividade física baixa o nível de açúcar no sangue, diminui a necessidade de insulina e comprimidos, reduz os níveis de gordura no sangue, evita doenças do coração, controla a pressão arterial e o peso, além de aumentar o bem-estar e reduzir o estresse. Os principais exercícios indicados para os diabéticos são: caminhar, correr, nadar, pedalar e dançar. Além disso, recomenda-se a incorporação de atividades físicas espontâneas na rotina, como subir escadas e não utilizar o carro para percorrer pequenas distâncias.
  9. Todo cuidado com os pés. Com o avanço da doença, pode ocorrer a diminuição da sensibilidade dos pés. É comum a sensação de queimação e formigamento, podendo evoluir para a perda completa da sensibilidade. Isso facilita a ocorrência de ferimentos e infecções que podem levar até a perda de dedos e amputação do pé. Por isso, é importante que a pessoa com diabetes olhe ou peça que alguém avalie os pés dela diariamente (principalmente a sola e entre os dedos) em busca de lesões.
  10. Outras recomendações aos pacientes diabéticos são fazer uma avaliação oftalmológica uma vez ao ano; manter a carteira de vacinação atualizada; e não fumar.

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