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quinta-feira, 25 abril, 2024

“Não estamos livres da pandemia”, diz secretário de Saúde

Segundo o secretário de Estado da Saúde, o Espírito Santo possui apenas 165 leitos de UTI disponíveis, mas descartou medidas extremas de restrição, como o lockdown

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizou nesta segunda-feira (22), por meio de coletiva de imprensa, as ações que estão sendo adotadas no Espírito Santo para enfrentamento do novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Segundo o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, em 31 de maio, o Estado contava com 531 leitos para pacientes com a Covid-19. Ontem (21), o Estado tinha 657 leitos disponíveis.

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“Em 20 dias, aumentamos de 604 leitos passando para 691 leitos de enfermaria. Foram mais 203 leitos hospitalares destinados aos pacientes que necessitavam de leito de enfermaria ou UTI no Estado. Esse número equivale a dois hospitais de campanha. Entretanto, hoje são 165 leitos de UTI habilitados pela União.”, disse Nésio.

Isolamento social

Nésio Fernandes informou que na última semana houve estabilização no número de casos confirmados da doença em Vitória e na Serra. Mas houve crescimento exacerbado no interior do Estado. Ele informou que em dias úteis, o índice de isolamento chegou a 44%, já nos fins de semana atingiu até 58% em algumas ocasiões. Essa padronização de isolamento social no ES tem reduzido os casos de coronavírus.

“As decisões da sociedade têm reduzido o padrão de isolamento que estava consolidado no Estado. Pessoas que não estavam expostas, passaram a circular nas ruas, em bairros, conforme acompanhamos. Essa indisciplina poderá levar ao aumento de demanda de serviços de saúde, acidentes, assassinatos, assaltos, entre outras.”, destacou o secretário.

Fernandes reforça que a estabilização em alguns bairros não quer dizer que devemos relaxar as medidas de restrição. “A possibilidade de romper a estabilização na Grande Vitória coloca em risco a vida das pessoas. Em risco a capacidade do sistema privado e público de garantir o acesso aos leitos hospitalares que assim precisem.”, pontuou.

Matriz de risco

A medida que a pandemia avança, ela estabelece medidas, inclusive as extremas.
Segundo o secretário, a sociedade não está convencida de que as medidas extremas são necessárias e não são fáceis de serem tomadas pelo governo.

As medidas de lockdown já foram adotadas em outros países e os resultados não foram bons. “As pessoas não se convenceram da importância das medidas de restrição. Não queremos adotar medidas a base de força.”, disse.

Inquérito sorológico

Nesta segunda-feira, iniciou a última etapa do inquérito sorológico, que visa a a ajudar o Estado a compreender como a doença pode ser transmitida, como se instalou, onde ela não se expandiu com tanta força e como ela chegará aos locais mais distante do Espírito Santo.

“Aproveitamos a oportunidade para pedir aos moradores sorteados para receber as equipes e realizem os testes. Um conjunto da sociedade precisa entender a importância do enfrentamento da doença”, pediu o subsecretário de Estado de Vigilância Sanitária, Luiz Carlos Reblin.

Ele ressalta que os professores foram os que venceram a paralisia infantil nos anos 1980, e que seriam muito bem-vindos com projetos montados para  ajudar a divulgar a importância do isolamento social. “Mesmo que as aulas não voltem agora, mas a classe pode provocar uma mídia social de sua região e seja um agente multiplicador de boas informações.”, afirmou.

O secretário Nésio Fernandes disse, ainda, que está sendo preparada mais uma etapa do inquérito no mês de julho, ainda sem data confirmada.

Hidroxicloroquina

O secretário observou que quatro municípios solicitaram a hidroxicloroquina. “Precisamos reforçar que não existem evidencias científicas que comprovem a eficácia do medicamento no tratamento da Covid-19”, informou.

Ele destacou, ainda, que o Estado não vai criticar quem deseja usar o medicamento e que vai disponibilizá-lo a quem solicitá-lo. “Mas não criem falsas expectativas de que a hidroxicloroquina ou outro medicamento irá modificar o resultado do tratamento.”, pontuou.

Aulas

Anteriormente, o Estado havia cogitado a possibilidade das aulas presenciais retornarem, mas o secretário de Saúde não foi otimista em sua impressão. “Nós estamos em discussão com o secretário de Estado da Educação, Vitor De Angeli, afim de discutir série de propostas para o retorno das aulas presenciais e como elas seriam realizadas. O retorno não é possível no retorno de julho ou com uma evidencia consolidada de redução de casos, de acordo com a Sesa. Não só aqui, mas em qualquer lugar do país. Vai depender muito do comportamento da pandemia e de uma queda sustentada de casos e óbitos no Estado.”, disse.

Outras medidas

No último fim de semana, muitas pessoas foram às praias, saindo do isolamento social. Por isso, o Estado informou que ao perceber a redução do isolamento é possível que tenhamos que avaliar a adoção de medidas correspondendo ao risco alto e moderado.

“As medidas conseguem aumentar um alto nível de isolamento. Para que consiga melhorar o isolamento sustentado no período da pandemia.”, acrescentou Fernandes.

Falta de medicamentos

Sobre a falta de medicamentos, o secretário afirmou que “a falta tem sido suprida com remédios de segunda e terceira opção, mas o Estado não sofreu a falta plena de medicamentos. Muitas estratégias estão sendo estudadas para conseguir esses remédios.”.

Ele reforçou que alguns deles estão sendo compartilhados e emprestados aos municípios. “É uma crise no mercado que é independente da vontade dos hospitais privados ou públicos. A limitação também é proveniente da indústria.”, argumentou Nésio Fernandes.

Óbitos hospitalares

Para finalizar, o secretário disse que nos hospitais públicos é maior do que nos hospitais privados. “Elas são parecidas, mas não é verdadeiro que os hospitais privados tenham uma conduta diferenciada ou melhor.”, finalizou.

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