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sábado, 27 abril, 2024

Março: Conscientização sobre a Endometriose

Não apenas no mês de março a luta contra a endometriose, doença que provoca impactos na saúde física e emocional, precisa ganhar força

A endometriose, doença ginecológica que afeta de 10 a 15% da população feminina em idade reprodutiva, impacta profundamente a vida das mulheres que sofrem com esse problema.

Durante todo o mês de março acontece a campanha mundial Março Amarelo, voltada para a conscientização da endometriose.

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Iniciativas que visam trazer informações e elevar o conhecimento são urgentes e necessárias. E quando se fala em endometriose, ainda há muitos pontos que precisam ser esclarecidos à luz do conhecimento, da sensibilidade, da escuta e da mudança de paradigmas incorporados na cultura das gerações passadas, e atuais também.

Para quem não sabe (ou pouco sabe sobre o assunto), a endometriose é uma doença que, apesar de benigna, é muito dolorosa em muitos aspectos. No físico, já que provoca dores intensas, como cólicas fortes, dor ao evacuar, e durante o ato sexual.

No aspecto emocional, os impactos também trazem dores. Além de todos os desconfortos que comprometem a qualidade de vida das pacientes, endometriose pode provocar infertilidade e, com isso, dificulta o sonho de tantas mulheres de serem mães.

Mesmo com a expressiva incidência, essa condição ainda passa despercebida na vida de muitas mulheres.

Os sintomas, já relatados, são confundidos com outros problemas, ou simplesmente ignorados. Não é incomum ouvir pessoas dizendo que sentir cólica é normal, e que exaustão, fadiga e dores pelo corpo são frescuras ou problemas que não merecem atenção porque passam sozinhos, com o passar do tempo.

Com tudo isso, o diagnóstico da endometriose pode demorar até 10 anos, um tempo interminável para quem convive com tantos transtornos. E tanto descaso.

É fundamental ampliar esse debate. Primeiro, para que nossas mulheres saibam identificar a anormalidade de seus incômodos e, a partir daí, sejam acolhidas e encaminhadas para o tratamento adequado. E isso precisa ser prioridade, tanto na rede de saúde privada quanto pública.

Outro ponto fundamental é o apoio da família. O fortalecimento dos laços e a compreensão são aliados poderosos, capazes de combater os sentimentos de insegurança, ansiedade e culpa que podem abater uma mulher, especialmente quando ela se depara com uma enfermidade que traz tantas dores e ainda dificulta o sonho da maternidade.

A dor incapacita, mas a esperança encoraja. Com apoio, compreensão e soluções assertivas, é possível contribuir para que a mulher se fortaleça e consiga lidar da melhor forma com a doença e vença essa batalha.

Que o Março Amarelo seja mais uma luz apontada para dissipar as obscuridades da falta de conhecimento, e traga respostas para muitas dúvidas. E soluções para o que, muitas vezes, parecia não ter saída.

Vale a pena lutar por uma vida sem dores e resgatar a saúde e a qualidade de vida perdidas em meio ao mal que um dia foi normalizado.

Thaissa Tinoco é médica ginecologista especializada no tratamento de endometriose. Graduou-se em medicina na Universidade Iguaçu (RJ) e é Especialista em Endoscopia Ginecológica pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

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