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sábado, 27 abril, 2024

Lula, nossa rainha!

Por José Ernesto Conti 

Na crônica da semana passada escrevi sobre a escolha de Lula para o STF, que na verdade não foi uma escolha e sim uma imposição do STF, órgão que realmente governa o país com mão de ferro, cujo poder vem crescendo desde os anos 1990.

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Nossa sorte é que eles (os ministros do STF) são extremamente vaidosos e orgulhosos com o poder que alcançaram. Mal comparando, nosso STF é como se fosse nosso Xi Jinping. Manda e comanda autonomamente a segunda maior economia do mundo como se fosse sua empresa. Mas nossos ministros, decidiram em 2016, governar o Brasil pelos próximos 30 anos, sem qualquer restrição, afinal o que eles decidem, não há como questionar.
É verdade que junto com a decisão do STF de estabelecer uma Ditadura Eclética (explico mais a frente), e por uma falha do sistema (que já foi consertada), entrou no governo um outside (JB) que tentou governar o Brasil. Nos 4 anos de governo, o STF tornou seu governo um inferno. Mas isso é página virada e todas as providências judiciais já foram tomadas para que não se repita essa falha.

Que fez o STF para se tornar o PODER ditatorial eclético do Brasil?

Tudo começou nos fins da década de 1990, quando percebeu-se que seria necessário dar uma repaginada no velho comunismo do Marx e de Lenin, para que pudessem tomar o Brasil sem o risco dos militares querem atrapalhar novamente. A Constituição de 1988, deu um jeito definitivamente nos militares. Porém perceberam que o comunismo implantado na Europa oriental, na China ou mesmo em Cuba, não vingaria no Brasil. E não foi por falta de tentativa. Desde as guerrilhas de Luis Carlos Prestes, passando pela Ligas Camponesas, Var-Palmares da Dilma, MR8 de Fernando Gabeira, Franklin Martins, Vera Magalhães, etc, tentaram implantar o velho comunismo que cooptou metade do mundo livre, mas no Brasil, falhou fragosamente.

O mérito de Lula foi ser o primeiro líder que entendeu que teriam que usar uma outra tática para o Brasil que de fato quisessem implantar aqui o comunismo. O alerta de Lula, fez acordar na casta política de esquerda capitaneada por Fernando Henrique Cardoso e por Mario Covas, que deveria haver um outro caminho para alcançar o sonho do Brasil Comunista. Qual foi a saída? Usar o Lula. A eleição do Lula, um despreparado intelectualmente, favoreceu a montagem de um novo governo de esquerda que poderia levar o Brasil ao sonhado caminho do comunismo. O que os velhos comunistas não contavam é que entre 2003 e 2008 o mundo pasou por um dos maiores períodos de crescimento econômico já visto na história da humanidade. Aliado ao crescimento Europeu e Americano, a China experimentava taxas de crescimentos acima de 10% ao ano. Pela primeira vez a somatória do PIB dos países desenvolvidos saiu dos trilhões e alcançaram a marca dos quatrilhões de dólares.

Como diria Ibrahim Sued na sua coluna de “O Globo”, Lula desbundou! Os velhos comunistas não aguentariam 8 anos de Lula (que poderiam ser 16 anos, se a Dilma não tivesse feito tanta besteira). Com o Impeachment da Dilma, os velhos comunistas acharam que poderiam reconquistar o poder através do Temer. Mas nesse momento, o STF já havia decidido ser o poder supremo do país. Lula e Dilma, com a ajuda de Temer, havia nomeado todos os ministros do STF, homens ideologicamente comprometidos com o plano de dominação do país. A prisão de Lula foi a cereja do bolo para o STF. Sem ele, os velhos comunistas acreditavam que finalmente havia chegado a hora de transformar o Brasil. O que os velhos não contavam é que o STF havia sido mordido pela mosca azul e eram eles quem seria o governo desse país pelos próximos 30 anos. Finalmente o STF estava pronto, técnica e espiritualmente para ser o PODER.

Então foi estabelecida pelo STF a Ditadura Eclética no Brasil, pois não importava que fosse o eleito, quem mandaria no Brasil, seria o STF. Para o bem ou para o mal, em 2018, o sistema apresentou uma falha e mesmo com todas as urnas sob um único e secreto controle, o povo, escolheu Bolsonaro Presidente.

É óbvio que nossa “Côrte” não chegaria nesse nível de governo, sem que a mídia ideologicamente comprometida estivesse ao seu lado e que foi subserviente durante os 4 anos de governo Bolsonaro. Mas o que seria um mal, eles transformaram em bem, o que era amargo, tornou-se doce. Ainda com pouca experiência em ser o poder supremo, durante os 4 anos de Bolsonaro, a força do STF foi testada ao seu limite e foi aprovada com louvor. É verdade que se não fosse o protagonismo do Alexandre e seu poder ilimitado de convencer seus pares de que deveriam assumir seu papel em governar o país, tudo poderia ruir. Mas o STF venceu, conseguiu destruir qualquer possibilidade de retrocesso. Pelo contrário, estavam cada dia mais fortes e preparados, nada nem ninguém poderia pará-los. Perceberam que poderiam tomar qualquer decisão, seja baseado nas leis ou não, sejam justas (de justiça) ou não, sejam boas ou não. O que importa é o desejo magnânimo dos nossos ministros. A partir de agora, são eles é quem define o certo e o errado.

Veio então o golpe de misericórdia. Havia uma grande possibilidade do Bolsonaro ser reeleito, mesmo com as tais novas urnas eletrônicas. O STF reviu o plano de dominação e sentiu um frio na espinha. Ficaram meios tontos sem saber o que fazer, mas foi quando o mais insignificante dos ministros, deu a solução: Soltar o Lula. Acreditava o mais insignificante ministro que como o “povo” foi injusto com a Dilma (sua ídala, sic) poderia agora escolher o Lula, para fazer justiça com os injustiçados. Dizia o mais insignificante dos ministros que Lula seria a única opção para vencer o Bolsonaro. Mas Lula estava preso e condenado pelo próprio STF. O que fazer? Mais uma vez o mais insignificante ministro inventou a resposta (fácil para quem tem o poder). É só cancelar tudo que fizemos. Gilmar foi o primeiro a aceitar a nova ideia. Vamos soltar o Lula, e fazer dele o novo presidente e se ele quiser mostrar suas garrinhas, jogamos isso na cara dele.

O único voto contrário foi o do Barroso, como diria Odorico Paraguassu, o psicopatista inveterado. Mas no fundo, o Barroso tinha razão: e se Lula resolvesse governar o Brasil? Muitas reuniões depois veio a tranquilidade, quando Lula disse que ele só queria se vingar dos que colocaram ele na cadeia. O STF poderia restabelecer o império absolutista sem qualquer interferência governamental.

E o congresso? Silêncio no plenário. Foram eleitos muitos deputados e senadores bolsonaristas. Foi quando o Dino, sim o Dino que foi escolhido ministro (entendeu agora), deu a sugestão. Vamos fazer nossa tomada do Capitólio e colocar a culpa nos bolsonaristas. Prenderemos todo mundo e com isso, os deputados e senadores bolsonaristas colocarão seus rabinhos entre as pernas e fugirão como o diabo da cruz. A ideia foi aplaudida entusiasticamente por todos. Dino prepararia tudo e o Alexandre prenderia todos. A coisa foi tão bem-preparada, com folga para os policiais, liberação das forças federais e que 3 dias antes a Papuda e a Colmeia receberam mais de 1.000 colchões para receber todos os presos, que ninguém suspeitaria de nada.

Lula é nossa rainha da Inglaterra. Sua função é só representar o governo nas festas do exterior. Quem manda e comanda o país é nosso brioso STF.

Teremos, como país, alguma alternativa de retornar nossa insipiente democracia? Foi o que disse no artigo anterior: tenho esperança na geração de 2050, mude as coisas. Porém disse também que a escolha do STF pelo Dino, pode acelerar as coisas. O Dino é uma verdadeira bomba, mais poderosa que a “Little Boy”. Bolsonaro já disse que ele é o nosso “Fat Boy”. Deus te ouça Bolsonaro.

Vida que segue e até 2050 ou até a enésima cagada do Dino.

José Ernesto Conti – Engenheiro Mecânico, sócio da Spinola Ltda., escritor, conferencista e consultor portuário. 

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