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sábado, 27 abril, 2024

Inovação incremental no cooperativismo: uma estratégia para se manter competitivo

Melhorar algo que já existe tem se mostrado uma forma segura e eficaz de reter cooperados e clientes e potencializar resultados

Por Carlos André Santos de Oliveira

Você já deve ter ouvido a frase “não é preciso reinventar a roda”. Essa é uma forma clichê, porém simples, de dizer que nem toda inovação precisa ser disruptiva. Em vez de começar do zero, podemos incrementar melhorias em atividades ou produtos que já estão funcionando. Esse tipo de evolução é conhecido como inovação incremental.

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Compreender e aplicar esse tipo de inovação da forma correta é uma vantagem para negócios que querem se manter competitivos. Para as cooperativas, modelo de negócio em que atuo há quase 30 anos, consigo vislumbrar diversos benefícios gerados por processos de inovação incremental bem planejados e estruturados.

Um deles é a fidelização de cooperados ou clientes. Melhorias permitem às cooperativas reter pessoas que já estão em suas bases de relacionamento, a fim de que possam continuar relevantes para elas, suprindo suas necessidades e anseios. Isso envolve entender as expectativas que esse público deposita nas coops, nas soluções que acessa e nos produtos que consome. Tenho o costume de dizer que cliente satisfeito é leal e paga a conta. E de fato é assim.

Além de ser eficaz para encantar pessoas, a inovação incremental oferece menos riscos em relação à disruptiva. Portanto, se a cooperativa quer evoluir em algum aspecto de forma mais segura e com maiores chances de sucesso, aperfeiçoar algo que já existe é uma escolha prudente.

Além de ser menos arriscado, incrementar algo oferece uma vantagem que pode pesar muito na decisão das cooperativas: pode-se investir menos recursos para manter ou aumentar as receitas. Quando se aperfeiçoa alguma coisa, principalmente se aquilo for bastante demandado, há grande probabilidade de o saldo entre o montante investido e resultado obtido ser bastante positivo e equilibrado.

Outro recurso valioso a ser bem aproveitado com a inovação incremental é o tempo. Naturalmente, criar tende a exigir mais tempo que aperfeiçoar. Com isso em mente, as cooperativas devem avaliar qual a melhor forma de maximizar seus resultados considerando o fator tempo. Se a cooperativa possui um quadro de colaboradores pequeno ou muito atarefado, analisar e aprimorar o que já funciona é uma boa escolha.

Isso não significa que uma cooperativa não possa implementar inovações disruptivas. Desbravar novos mercados, públicos e tecnologias é fundamental para o modelo de negócio cooperativista continuar competitivo. A premissa é não se acomodar com a forma com a qual as coisas são feitas. Observar as tendências, compreender suas limitações e ouvir atentamente o seu público é o primeiro passo para colocar novas ideias em ação. O importante é começar.

Muitas pessoas ficam criativamente paralisadas porque enxergam a inovação apenas sob a perspectiva disruptiva. Agora você já sabe que essa não é a única possibilidade. Saiba o que é melhor para a sua realidade em cada momento e aproveite bem os seus recursos financeiros e humanos. Com essa postura, o cooperativismo certamente continuará sendo relevante e valorizado por muitas pessoas.

Carlos André Santos de Oliveira é diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Sebrae/ES.

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