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sexta-feira, 19 abril, 2024

O papel do cooperativismo na retomada econômica

Em termos financeiros, os resultados do cooperativismo também surpreenderam

Por Carlos André Santos de Oliveira

Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), o cooperativismo tem se destacado pelos resultados positivos que vem conquistando mesmo diante de um cenário adverso. Seja na geração de emprego e renda, seja na promoção de mais justiça social, esse modelo de negócio se manteve firme, pujante e atuante, características que fizeram a diferença na vida de milhões de brasileiros e que serão fundamentais para o processo de retomada econômica.

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Apenas para termos uma ideia da força no nosso movimento, o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021 aponta que em 2020, quando a taxa média de desocupação atingiu 13,5% e foi recorde em 20 estados do país, as cooperativas somaram mais de 456 mil empregos, um crescimento de 6% frente ao ano anterior, evidenciando uma importante capacidade na geração de postos de trabalho.

Em termos financeiros, os resultados do cooperativismo também surpreenderam. O ativo total alcançou a marca de R$ 655 bilhões em 2020, ou seja, um aumento de 33% em relação a 2019. Além disso, o patrimônio líquido foi contabilizado em R$ 145 bilhões, 15% maior que no ano anterior. De forma geral, toda a sociedade foi beneficiada pelos resultados das coops, diretamente ou indiretamente: nesse mesmo período, elas injetaram nos cofres públicos mais de R$ 13 bilhões em tributos, indicador que registrou crescimento de 19%.

Ao colher resultados positivos em um período de crise sanitária e econômica, esse modelo de negócio mostra toda a sua potencialidade para ajudar o país no seu processo de retomada da economia e na estabilização de indicadores nacionais positivos, mas com um diferencial a mais: a possibilidade de viabilizar um cenário em que o desenvolvimento econômico e o social caminhem lado a lado, gerando benefícios e transformando milhares de histórias.

O advento da pandemia trouxe para o mercado um novo comportamento e acelerou mudanças, exigindo organizações mais dispostas a inovar e mais preparadas para atuar nas adversidades. Trouxe também novas características para os consumidores e na própria forma de consumir. Boa parte dessas novas demandas já eram atendidas pelo cooperativismo, que mostrou uma capacidade inigualável de buscar soluções alinhadas às demandas surgidas. Com isso, os diversos produtos e serviços ofertados pelas cooperativas continuaram a fazer parte da vida das pessoas durante todo o período de distanciamento social.

O modo de atuação, os princípios e os valores do nosso modelo de negócio têm muito a contribuir para a pós-pandemia, papel já reconhecido inclusive pela presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante 4º Painel Cooperativismo Financeiro. De forma prática, ele mostra que a cooperação é a chave para superarmos o momento que estamos vivendo e alcançarmos o futuro que esperamos: um mundo onde indicadores falem muito mais do que só sobre números; falem sobre a geração de oportunidades e transformação de histórias.

Carlos André Santos de Oliveira é presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae/ES e superintendente do Sistema OCB/ES. É formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Empresarial.

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