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sexta-feira, 19 abril, 2024

Inflação: Abril registra o maior IPCA para o mês em 26 anos

Economista capixaba, Heldo Siqueira, avalia a política monetária que visa conter a inflação, que já acumula 12,13%

Por Amanda Amaral

Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 1,06% em abril, o indicador registrou seu maior resultado para o mês desde 1996 (1,26%). No acumulado, de 12 meses, a inflação chega a 12,13%, a maior desde outubro de 2003 (13,98%). Os alimentos e os transportes contribuíram com cerca de 80% para a alta do índice.

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Até o momento, em 2022, o IPCA já acumula 4,29%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os resultados nesta terça-feira (10). Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram de preço em abril.

Alimentos e Transportes

Os alimentos, com inflação de 2,06%, foram os responsáveis pelo maior impacto no mês. Entre as altas, 10% no leite longa vida, e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), óleo de soja (8,24%), pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%).

Os transportes tiveram alta de preços 1,91% sendo o segundo principal responsável pelo IPCA do mês. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% da inflação do mês. Entre os transportes, o principal responsável pela alta de preços foram os combustíveis que subiram 3,20%, com destaque para gasolina (2,48%).

Taxa de Juros

Para tentar conter a inflação, o Banco Central (BC) adota como medida elevar a taxa básica de juros, a Selic. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), houve aumento de 1 ponto percentual, os juros chegaram a 12,75% no acumulado.

Inflação: Abril registra o maior IPCA para o mês em 26 anos
O economista Heldo Siqueira destaca que há títulos que têm como base a taxa Selic. Foto: Divulgação

“O Banco Central tenta retrair o consumo elevando os juros, mas está difícil de acontecer, porque a demanda já está reprimida, a previsão do PIB – Produto Interno Bruto, para este ano não é elevada. Porém, há outra questão que é o câmbio”, destaca o mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e integrante do Conselho de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Heldo Siqueira.

Entrada de Dólar

Quando o Governo Federal aumenta a taxa, coloca títulos à venda, segundo o economista.

“Esses títulos têm como base a Selic, os que o tornam mais atraentes para investidores internacionais, que promovem a entrada de dólar no país. Com isso, há valorização do real e alguns preços cotados internacionalmente ficam mais baratos”, explicou.

Para Heldo Siqueira a medida promoveu a queda do dólar nos últimos meses. Porém, em razão dos recentes aumentos da taxa básica no Estados Unidos, a moeda americana voltou a subir. “É interessante para o Banco Central que ela se mantenha nesse patamar, pois é uma possibilidade de desaceleração da inflação”, disse.

O economista ressalta ainda que, para anunciar suas próximas medidas na política monetária do Brasil, o BC deve continuar a monitorar a elevação dos juros dos nos Estados Unidos.

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