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quinta-feira, 28 março, 2024

Dólar: Economista capixaba explica por que a moeda está em queda

Integrante do Corecon-ES, Ricardo Paixão acredita que três fatores estão influenciando a desvalorização da moeda americana

Por Amanda Amaral 

O dólar tem dado o que falar em razão de suas quedas consecutivas. Contudo, a tendência de valorização do real, que vem ocorrendo desde o início do ano, pode não durar. Isso porque há diversos cenários incertos como a guerra entre Rússia e Ucrânia, o aperto monetário nos EUA e as eleições majoritárias no Brasil podem interferir na cotação da moeda americana.

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O avanço nas negociações entre russos e ucranianos trouxe otimismo, na terça-feira (29), e o dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,75, sendo que ele começou o ano a R$ 5,63. Com este desempenho, a moeda norte-americana acumula queda de 7,72% em março.

Para o integrante do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, o economista e professor universitário Ricardo Paixão, o dólar deve estabilizar em R$ 5,10 ou R$ 5,15. “Existem vários cenários que estão por vir como uma possível nova alta da taxa Selic, a taxa básica de juros. Outa situação é o cessar fogo no leste europeu, que influência nas commodities, além das próprias eleições brasileiras em outubro. Os arranjos que contribuem para atual queda são excepcionalidades”, explicou.

Bolsa de Valores

Em março, a bolsa de valores também apresentou altas. Após o anúncio sobre a mudança na presidência da Petrobras, com a chegada do economista Adriano Pires agradando os investidores, pela primeira vez em sete meses, o índice Bovespa acumulou 120 mil pontos, na terça-feira (29).

“A bolsa tem fatores descolados do dólar. Não necessariamente ela se movimenta conforme a variação da moeda americana. O fato do dólar cair muito pode fazer com que investidores adquiram ações de determinadas empresas, elevando a bolsa. Mas ela também tem sua dinâmica própria”, alertou Ricardo Paixão.

Cenário Capixaba

“Este cenário é muito positivo para o Espírito Santo. Tem um incremento a mais para as exportações. O Estado é grande exportador de minério de ferro e mármore e granito, por exemplo, ele ganha atratividade. Porém, se olhar para o lado das importações, podemos ter problemas, porque vai ser mais difícil comprar matérias-primas como trigo, por exemplo, que já está com preço elevado. Alguns setores terão dificuldade”, avalia Ricardo Paixão.

Dólar: Economista capixaba explica por que a moeda está em queda
Ricardo Paixão é integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES). Foto: Divulgação

Preço dos Combustíveis

Com relação ao preço dos combustíveis, mesmo com a cotação do barril de petróleo em dólar, a valorização do real ainda não foi significativa. No início do mês, o valor era US$ 139, a maior cotação desde 2008. 

“A gente ainda sente muito impacto no país, o preço da moeda americana caiu, mas não a ponto de eliminar a alta que também aconteceu com o preço dos barris. É como uma balança, ainda tende mais para o valor do petróleo”, afirmou.

Fatores da Desvalorização do Dólar

Ainda sobre a queda do dólar, há três fatores influenciando esse processo, segundo o economista. A política governamental de elevação da taxa básica de juros, a Taxa Selic, o conflito no leste europeu e a entrada de novos investidores estrangeiros estão favorecendo a entrada da moeda no país.

“Alguns títulos ofertados pelo Governo Federal são indexados à Taxa Selic. Se ela aumenta, os títulos ganham atratividade atraindo fluxo de capital de investidores internacionais, o que aumenta a circulação de dólares no Brasil”, comenta.

Ricardo Paixão ressalta que muitos dos contratos para exportação de commodities são em dólar. O Brasil é grande exportador de agrícolas, carne, soja, entre outros, para os dois países envolvidos no conflito. “Com a desarticulação da cadeia logística, o preço destes produtos sobe”, salienta.

Ele complementa: “Além disso, a guerra provoca a retirada de investimentos na região e a busca por novos mercados pelos investidores internacionais, os países em desenvolvimento como o Brasil se tornam atrativos”.

 
Taxa de câmbio comercial para compra em 2022

29/03 R$ 4,74
28/03 R$ 4,78
25/03 R$ 4,77
24/03 R$ 4,80
23/03 R$ 4,86
22/03 R$ 4,92
21/03 R$ 4,96
18/03 R$ 5,04
17/03 R$ 5,07
16/03 R$ 5,12
15/03 R$ 5,13

Fonte: Banco Central do Brasil (BCB).

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