Parlamentar e grupos de proteção aos animais temem atritos entre as espécies e possíveis impactos no bem estar
Por Redação
O deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania) declarou, nesta terça-feira (28), que solicitará à Prefeitura de Vitória um estudo detalhado sobre a viabilidade do decreto municipal que permite a entrada de cães em todos os parques municipais.
Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), Gandini manifestou preocupação com a decisão por alguns dos espaços públicos possuírem a presença de colônias de outras espécies.
O Parque Pedra da Cebola, no bairro Mata da Praia, em Vitória, é responsável por abrigar uma grande diversidade de animais. No ambiente, por exemplo, há uma colônia de felinos, com cerca de 200 gatos, além de gansos, patos, galinhas, gambás e pavões. Grupos de proteção aos animais temem que a decisão da administração pública ocasione no extermínio ou em brigas entre os animais.
“Vamos mandar uma recomendação à Prefeitura de Vitória para que faça um estudo minucioso sobre o assunto e apresente à sociedade antes da mudança ser colocada em prática. Como já existem animais nesses parques, é preciso estudar a possibilidade de convivência. E, caso não exista, é preciso estruturar primeiro os parques para poder receber. Os cães não podem ficar soltos”, frisou Gandini.
O grupo “Gatinhos Pedra da Cebola” ressaltou a preocupação com a decisão da prefeitura e declarou que, nos encontros com o Secretário de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio José Föeger, foram apresentados os possíveis impactos à saúde e bem estar da comunidade felina com a presença de cães.
“No parque todos os gatos estão com a saúde em dia, não têm FIV e FELV (todos testados), e são alimentados com ração diariamente pelo médico, especializado em neurologia, Fernando Furtado de Melo, também com recursos próprios. Então, trata-se de uma colônia controlada e saudável. Se a gente retirá-la do local, certamente outros gatos vão aparecer para preencher esse espaço, pois não serão mais expulsos pelos que vivem lá. Será que essa é a melhor opção?”, declarou.
Tarcísio respondeu aos questionamentos informando que a decisão é fruto de uma petição pública, revisada e respaldada por especialistas. O gestor ainda informou que, em caso de acidentes, a decisão poderá ser revisada pelo poder municipal.
“Nós não temos uma resposta efetiva para proibir a entrada dos mesmos nesses locais. Mas antes de tomar qualquer decisão e baixar o Decreto, ouvimos especialistas que pudessem contribuir tecnicamente para esta política pública que vamos implantar em todos os parques urbanos da cidade. […] E em uma reunião com o grupo ‘Gatinhos Pedra da Cebola’ deixei claro que caso venha a acontecer alguma coisa que esteja comprometendo o bem-estar dos gatos, nada impede de que a gente baixe outro decreto proibindo novamente a entrada de cães no Parque”, respondeu Föeger.