Área do Hospital Pedro Fontes foi doada ao município de Cariacica, que pretende criar um polo industrial na região
Por Kebim Tamanini
Uma área de mais de 1.000 hectares, no bairro Itanhenga, foi recentemente doada pelo Governo do Estado ao município de Cariacica. Esta área abriga o Hospital-colônia Pedro Fontes, reconhecido há décadas como centro de tratamento de hanseníase, onde atualmente oito pacientes estão internados. A ideia da Prefeitura de Cariacica é transformar a área num polo industrial.
Essa medida surge meses após o Tribunal de Justiça do Estado determinar que as pessoas internadas sejam desospitalizadas e reintegradas ao convívio familiar. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), as discussões em torno do fechamento da unidade e destino das pessoas internadas estão em andamento com o município e que, por enquanto, os pacientes permanecerão no local.
No entanto, surge a dúvida sobre para onde essas pessoas serão encaminhadas após o encerramento das atividades hospitalares, considerando a doação da área para o município de Cariacica. A Sesa afirmou que “após o encerramento da unidade, a previsão é que os pacientes sejam acolhidos em residências terapêuticas e sociais”, esclarece por outra nota.
O que será feito no local
Quanto à doação do espaço, onde está localizado o Hospital Pedro Fontes, para Cariacica por parte do Governo do Estado, deve-se observar o prazo de 180 dias para a regularização fundiária que a Prefeitura pretende executar, conforme determinado pela Lei 12.026. Contudo, a Prefeitura informou que área ainda não foi municipalizada e com isso ainda “não há prazo de execução de ações de finalização”.
Na época da homologação da doação, o prefeito Euclério Sampaio destacou a importância desse projeto para a cidade, enfatizando que, além de regularizar as áreas para as empresas já instaladas na região, poderá atrair ainda mais negócios, gerando empregos e renda para o município.
O que é um hospital-colônia
O termo hospital-colônia refere-se a um tipo específico de instituição de saúde que foi historicamente utilizado para o tratamento de pacientes com hanseníase, também conhecida como lepra. Esses hospitais, também chamados de sanatórios, foram estabelecidos em todo o mundo durante o século XIX e início do século XX como uma medida de isolamento para pessoas afetadas pela doença. O principal objetivo era separar os pacientes com hanseníase do restante da população, a fim de prevenir a propagação da doença.
A hanseníase é uma doença que pode afetar pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. O tratamento é gratuito e ambulatorial, não necessitando de internação hospitalar, exceto em caso de complicações.
Segundo o Ministério da Saúde, “a pessoa que iniciou o uso da medicação de hanseníase pode e deve ficar junto de sua família, no trabalho, na escola, sem sofrer separação ou rejeição. Todo portador de hanseníase, mesmo os que tem formas contagiantes, deixam de contagiar as pessoas assim que iniciam o tratamento”.
