Especialistas comentam sobre aplicação do ESG desde as grandes organizações até as pequenas empresas
Por Amanda Amaral
Muito se fala em ESG atualmente. Mas o conceito já foi incorporado pela sua empresa? A sigla, que na tradução significa Ambiental, Social e Governança, em breve será uma realidade no mercado e deverá ser aplicada na gestão de grandes corporações e até de pequenas empresas, segundo especialistas.
O conceito representa um modelo de gestão em que os três pilares – Ambiental, Social e Governança, são considerados. Para o doutor em Ciências Contábeis e Administração, o professor da Fucape, Poliano Bastos da Cruz, qualquer organização pode implementar o ESG.
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Pequenas empresas
“Se tecnicamente você substitui os copos descartáveis da empresa por recicláveis, ou biodegradáveis, já está fazendo algo para contribuir com uma empresa melhor. Qualquer organização pode aplicar o conceito, conforme seu tamanho e porte”, disse.
As novas gerações, que cobram um melhor posicionamento quanto às questões de diversidade e inclusão, ações ambientais e que as empresas deem retorno à sociedade, só consumirão produtos de organizações em conforme ao ESG.
Movimento do mercado
“A empresa que não aderir ao ESG será expulsa do mercado nos próximos anos pelos consumidores. É um movimento de mercado, por isso ele veio para ficar e as organizações precisarão se adaptar”, comentou.
A mestre em Economia e professora da UVV, Adriana Rigoni, comentou sobre a antecipação das empresas que acompanham o mercado internacional que, por isso, deram início às adequações ao conceito.
“Mas uma coisa que me chamou bastante atenção é que algumas delas já possuem foco nas pequenas. Vai haver um tempo para que elas se ajustem, porque ainda não têm a dinâmica de uma multinacional, mas a cultura do ESG vai chegar até os pequenos empreendimentos”, observou.
Surgimento do ESG
Em 2004, com a publicação do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Banco Mundial, surgiu a expressão ESG. O documento de 18 anos atrás se tornou a base para o investimento sustentável, e se fortaleceu ainda mais após a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em 2015.
O conceito veio para ficar e o motivo é a mudança no comportamento dos consumidores e a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho, segundo Poliano Bastos da Cruz.
“As pessoas mais qualificadas não aceitam mais trabalhar em empresas que não sejam ESG. Ou seja, essa empresa perde o melhor do capital humano.
As novas gerações também não desejam entrar em uma empresa e fazer carreira até se aposentarem. Ou seja, elas querem trabalhar em empresas onde possam realizar algo, onde tenham propósito para o negócio”, explica.
Para Adriana Rigoni, as organizações não podem mais agir sem pensar nas consequências. “Não é possível tomar atitudes sem olhar o futuro, sem pensar nas consequências. Qualquer atitude que eu tome só considerando a questão econômica, não é inteligente, porque o impacto com certeza acontecerá nas três dimensões – no ambiental, no social e na governança da empresa. Se eu não conseguir pensar nas três dimensões de forma integrada, terei um preço maior a pagar depois”, analisa.
