Mudança na composição da população ocupada – com escolaridade maior de trabalhador- compensou a redução no total de horas trabalhadas
Por Samantha Dias
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez um estudo inédito no Brasil sobre mercado de trabalho e produtividade, analisando pelo Índice de Qualidade do Trabalho (IQT) dados de escolaridade e de experiência da população ocupada do país.
De acordo com o estudo, a mudança de composição na população ocupada provocou o crescimento mais acelerado do indicador produtividade durante as fases de recessão: em períodos de crise, há no mercado proporção maior de trabalhadores mais qualificados, em razão da perda de empregos para os menos escolarizados e com menor grau de experiência. Como resultado, em termos de capacidade produtiva, o efeito composição gera um aumento da qualidade das horas efetivamente trabalhadas no período.
Ou seja, a mudança na composição da população ocupada – com maioria de profissionais com mais escolaridade – compensou a redução no total de horas trabalhadas.
O estudo mostrou, ainda, que houve uma perda muito grande de horas trabalhadas na população de baixa escolaridade, quando se compara o primeiro trimestre deste ano com o do ano passado, o que não ocorre para quem tem escolaridade com nível superior, que na verdade registrou alta.
O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea e um dos autores do estudo, José Ronaldo Souza Júnior, disse que estudos feitos até agora indicam um aumento muito grande de produtividade no período da crise da pandemia, o que é incomum em tempos iguais.
*Com informações da Agência Brasil