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sexta-feira, 3 maio, 2024

Dia do café: mais de 170 anos de história econômica no ES

A cafeicultura se associa fortemente com o desenvolvimento estadual. Além disso, o café é uma companhia agradável, cheirosa e saborosa que embala as manhãs capixabas

Por Pablo Lira

 O café se caracteriza como um importante produto na história do Espírito Santo. Constituiu a base do primeiro grande ciclo econômico capixaba. Na metade do século XIX, o cultivo se estabeleceu na porção sul do estado.

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Naquela época Cachoeiro de Itapemirim constituiu um importante polo de armazenagem e comercialização do café. A projeção econômica de Cachoeiro superava a relevância até mesmo da capital Vitória. A cafeicultura passou a predominar na região central sul, Caparaó e também nas regiões serranas ao norte de Cachoeiro. Em questão de décadas essa fronteira agrícola se expandiu e o café passou a ser o principal produto cultivado no território capixaba.

Em decorrência da intensificação das crises de preços, a cafeicultura passou por severas adversidades nas décadas de 1950 e 1960. A política federal de erradicação dos cafezais afetou diretamente a economia capixaba e expôs sua a forte dependência da monocultura de tal produto agrícola.

Essa dependência já havia sido destacada pelas palavras do governador Jones dos Santos Neves que no famoso discurso proferido em Colatina na década de 1940 advertiu e profetizou que os galhos de café eram muito frágeis para proporcionar o progresso do Espírito Santo. Esse foi um prenúncio do modelo de desenvolvimento industrial estabelecido no estado posteriormente e que marcou o início do segundo grande ciclo econômico capixaba. Mas, esse é assunto para um outro momento.

Retomando a trajetória da história econômica do café no ES, depois da política de erradicação uma série de estratégias foram implementadas para reforçar e tornar mais pujante o cultivo do café, a sabe, a criação em 1973 da Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (Emcapa), uma das instâncias que mais tarde deu origem ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER). Nas últimas décadas, instituição como essa vem garantindo o aprimoramento do cultivo do café no território capixaba, por meio de pesquisas científicas e avanços tecnológicos.

Atualmente, o café continua se destacando como o principal produto agrícola capixaba, agregando cada vez mais valor em sua cadeia produtiva e projetando o ES no mercado internacional.

A cafeicultura se associa fortemente com o desenvolvimento estadual. Além disso, o café é uma companhia agradável, cheirosa e saborosa que embala as manhãs capixabas. Vamos celebrar esse dia 14 de abril degustando o formidável cafezinho capixaba.

Pablo Lira é Doutor em Geografia, Mestre em Arquitetura e Urbanismo, pesquisador do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e professor da Universidade Vila Velha (UVV)

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