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sexta-feira, 26 abril, 2024

Depois de mim (Moro), o Dilúvio

A subida do dólar e a queda da bolsa são comportamentos já esperados pelos agentes econômicos, ou seja, o vetor da instabilidade política sempre causa profunda mobilidade dos recursos

Já estava instalada uma crise na economia causada pelo espraiamento do novo coronavírus. Uma doença que veio em hora erradíssima sobre uma economia que tentava se recuperar.

O governo federal já dava sinais de que não consegue lidar com a crise provocada pela Covid-19, pois, em menos de duas semanas provocou a saída do ministro da Saúde, que já se transformou num ícone da crise pela tranquilidade que passava à imprensa, e agora a demissão do maior bastião moral e ético do governo, o ministro da Justiça e Segurança Pública.

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No plano da Economia, que já estava desaquecida em face do espalhamento da crise, o mercado financeiro deu resposta quase que instantânea, a saber: subida do dólar em função da maior procura pela moeda estrangeira e fuga de capitais provocando queda da bolsa, que é uma situação normal em face da instabilidade política causada pelo pedido de demissão de um ícone como o ministro Moro.

Tanto a subida do dólar e a queda da bolsa são comportamentos já esperados pelos agentes econômicos, ou seja, o vetor da instabilidade política sempre causa profunda mobilidade dos recursos.

Entretanto, num cenário mundial e brasileiro do espalhamento da crise econômica, com a saída de dois ministros, sendo um da estatura de Moro, o que pode acontecer é que, uma crise que já é qualificada como severa para o tecido social, vai se transformar em severíssima, pelo fato da instabilidade política se tornar um propulsor contrário as medidas econômicas de liquidez, proteção do emprego e garantia da renda, tomadas até então.

O atual governo federal vai sair enfraquecido do episódio de hoje e vai perder cacife, já ceifado pela crise, que será tão necessário no pós-crise. A economia sai combalida da crise, mas viva, com a demissão do Moro, o governo pode perder apoio social quanto ao resto da reforma do Estado.

Vaner Simões é economista.

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