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domingo, 28 abril, 2024

Como uma República sucumbe às conveniências políticas e bloqueia sua economia

Por Arilda Teixeira 

A fragilidade de mercado da Economia Brasileira está na sua baixa competitividade; que por sua vez decorre da baixa qualidade dos seus insumos para produção – inclusive o Capital Humano.

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Nesse meio, sobrepostos, estão os interesses da República, e dos amigos da República. Ambos, disputando feudos, para abrigarem esses amigos, com os recursos da República. Evidência de que o patrimonialismo ainda ingere nas questões de Estado; que o permite manter sua República como abrigo para os amigos do Poder. E os Agentes Econômicos?

No mundo do Séc XXI, e da 4ª Revolução Industrial, República não acolhe amigos do poder para sustentar-se no poder. Nem obstaculiza crescimento/desenvolvimento. Entretanto, a República do Brasil, dissimula Estadismo viajando para exterior, enquanto seu Estado não consegue sustentar crescimento doméstico; e muito menos progresso técnico.

As estatísticas do IBGE para o período janeiro2002-julho2023, apontam essa fragilidade.

Na série trimestral com ajuste sazonal de 2019-I a 2022-II (1995=100), o volume de Produção da Agropecuária cresceu à taxa média de 233,6 ptos percentuais (mais que o dobro de 1995); o setor Serviços teve taxa média de 179,8 ptos percentuais; o Setor Indústria de Transformação, 116,2 ptos percentuais; e a Indústria Extrativa, crescimento de 219,1 p.p.

Ou seja, Indústria de Transformação brasileira é um gigante com pés de barro. Dentre os três setores da economia brasileira, foi o de pior desempenho no período considerado.

O Índice do volume trimestral da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) – teve média de crescimento percentual de 161,6 no período jan2002 a julh2023.

Os números sugerem que o Setor Indústria de Transformação Brasileira – essencial para progresso técnico – não tem fôlego para acompanhar o ritmo de crescimento dos demais setores, dentro ou fora do mercado brasileiro.

A República precisa separar os limites de atuação de cada Poder para evitar confrontos entre República e Economia.

No mundo da 4ª Revolução Industrial não cabe modelo de desenvolvimento da 2ª Revolução. Mas, a Indústria de Transformação brasileira, mantém o toma-lá-dá-cá, da geração anterior.   Com desenvolvimento econômico e progresso técnico, sob outra direção.

O parâmetro agora é mudança tecnológica.

Mas há indicadores da dependência endêmica entre os amigos da República e os benefícios que essa amizade lhes propicia.

Basta acompanhar os depoimentos dos envolvidos na aprovação da proposta de Reforma Tributária.

Tentam dissimular ingerência dos grupos políticos (amigos da República) nas decisões de âmbito fiscal que lhes interessam, adotando codinome espantoso devido sua audácia: refere-se à Reforma Tributária como processo da “atualização fiscal” e “Arcabouço Fiscal”. E o que é Arcabouço? O que diferencia Arcabouço Fiscal de Reforma Tributária?

Enquanto isso, dispersam projetos de mudança para o parque produtivo base que impulsiona a economia e também é fonte de receita tributária. Assim fica difícil interpretar as falas de Governo.

Arilda Teixeira é economista e escreve todas às terças-feiras em ES Brasil.

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