Especialista do IJSN analisa a condição da cidade do Sul e explica como Serra ultrapassou Vitória no PIB bruto
Por Amanda Amaral
Presidente Kennedy é a cidade do Brasil com o maior PIB per capita, que significa o PIB Bruto dividido pelo total da população da cidade. O valor é de R$ 464.883,49, ou seja, 13 vezes maior do que a média nacional (R$ 35.161,70). As informações são referentes ao ano de 2019 e foram divulgadas nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O grande destaque no município é a produção de petróleo e gás. Contudo, o diretor de Integração do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, destaca a questão da desigualdade de renda.
“Presidente Kennedy tem um per capita expressivo devido a cadeia de petróleo e gás, mas levando em consideração que o número de habitantes é bem menor do que de outros municípios brasileiros, isso não é sinônimo de redução de desigualdade. Por isso, a importância da administração pública aplicar suas riquezas na oferta de bem-estar e qualidade de vida à população por meio de políticas públicas”, explicou.
Em média, Presidente Kennedy recebem R$ 24 milhões por mês por conta dos roaylties de petróleo. Com os recursos, é possível investir em educação, saúde e diversas outras frentes de trabalho e melhorias para à população. De maneira per capta, é a cidade do Estado que mais investe em saúde, segundo informou a Prefeitura de Presidente Kennedy.
Atualmente, um dos programas que investe com os recursos dos royalties de petróleo é o Programa de Desenvolvimento do Ensino Superior e Técnico no Município de Presidente Kennedy – PRODES/PK, que custeia integralmente bolsas de estudo para munícipes em cursos técnicos e de graduação e custeia 50% para cursos de mestrado e doutorado em universidades credenciadas.
Serra maior PIB
Pela primeira vez na série histórica do PIB Bruto, o município da Serra assume a posição de maior economia municipal do Espírito Santo, ocupando o lugar de Vitória. A participação do município serrano no PIB capixaba é de 18,8%, já o da Capital é de 15,7%.
“Vitória sempre esteve à frente do PIB do Estado, porém em um processo histórico, Vitória foi perdendo participação, enquanto outros municípios avançaram. Em 2002, Vitória representava 26,6%, em 2018, 18,6% do PIB do Espírito Santo. Ou seja, outras cidades começaram a se destacar”, comentou.
Enquanto a Serra mostrava evolução na participação por setores como Serviços e Indústria, Vitória apresentava 16,4% da participação do PIB da indústria em 2019, e no seguinte 5,1%. Com relação ao comércio, a participação era de 18,4% em 2018 e passou para 17,7% em 2019.
“Precisamos lembrar que 2019 foi marcado pelo desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, logo no início do ano, em janeiro. Foi um forte baque para a economia do Estado e repercutiu na produção das indústrias daqui. Isso pode explicar a diminuição de Vitória na participação do PIB industrial”, lembrou Pablo Lira.
Expansão dos Serviços
Além disso, Vitória é um município que apresenta poucas possibilidades de expansão em questão de novos espaços, e a Serra e Vila Velha apresentam áreas que favorecem a ampliação do setor de serviços.
“A Serra tem grandes shoppings e também o comércio aberto, como por exemplo na avenida central, além de serviços especializados. Há uma tendência de expandir a participação do setor de serviços do município no PIB capixaba, assim como Vila Velha, que também apresenta estas características”, pontuou o diretor de Integração do IJSN.
