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Vitória
quinta-feira, 2 maio, 2024

A capital dos capixabas celebra 471 anos de história

Tal qual outras capitais como Salvador, as residências em Vitória foram edificadas no alto de morros e as fortificações em baixo

Por Manoel Goes Neto

Dos mangues às construções modernas, das praias aos monumentos históricos, dos morros com contornos da baia e zona portuária, do amanhecer e entardecer de um céu rosa, branco e azul de brilho único. Nos últimos anos, Vitória tem se destacado pelos ótimos índices de qualidade de vida que a situam como uma das melhores capitais brasileiras para se viver. Com quase 400 mil habitantes, espalhados numa área de 98,19 km que têm o privilégio de desfrutar as vistas da Baía de Vitória onde está localizada.

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A Capitania do Espirito Santo foi oficialmente ocupada em 23 de maio de 1535, no sopé do morro da Prainha, hoje morro da Penha em Vila Velha. No entanto, devido aos constantes ataques dos indígenas que defendiam sua terra, tanto como de franceses e holandeses que tentavam ocupá-la, os portugueses se mudam para uma ilha. Assim, depois de vencerem uma dura batalha contra a tribo dos Goitacazes, refundaram a cidade e a batizaram de ilha de Vitória, marcando sua fundação no dia 8 de setembro de 1551, festa da natividade de Nossa Senhora.

Durante o período colonial, a cidade ganhou fortes, como o de São João, onde temos hoje o Clube Saldanha da Gama, em fase de restauração; fundamentais para repelir os ataques vindos do litoral. Tal qual outras capitais como Salvador, as residências em Vitória foram edificadas no alto de morros e as fortificações em baixo. Somente no século XIX, com o café, a cidade conheceria crescimento econômico. Posteriormente, a capital do estado do Espírito Santo se veria enriquecida, em 1940, com a construção do porto que escoaria a produção de minério explorado em Minas Gerais.

Ao falarmos do aniversário de Vitória, se faz necessário resgatar a história de 110 anos de um lugar icônico no centro histórico da capital dos capixabas, o Parque Moscoso. Tudo começou na Lapa do Mangal, área alagadiça de mangue, que por força das políticas de aterramento iniciadas ainda no século XIX e continuadas no XX, foi sendo transformada em um espaço verde para a recreação, o loteamento do Largo do Campinho. Vivia a área central da cidade de Vitória muitas ações de modernização urbana. Um período de ampla alteração do desenho urbano da cidade, fomentado pelas administrações de três governadores da Primeira República: Moniz Freire (1892-1896/1904-1908), Jerônimo Monteiro (1908-1912) e Florentino Avidos (1924-1928).

“Ir ao Parque Moscoso era passeio de luxo, as roupas domingueiras sacudindo o cheiro de naftalina, o corre-corre das crianças, as famílias caminhando em bandos de felicidade, os gansos grasnando” – Adilson Vilaça, no seu livro Lambe-lambes do Parque Moscoso

A construção do Parque Moscoso se deu em um período de prosperidade econômica, lastreado pela cultura cafeeira, que durou até aproximadamente a década de 1950. Transformando o centro de Vitória em local ideal de moradia de ricos comerciantes do café, e profissionais liberais bem-sucedidos. Valorizada, a região se tornou um dos locais mais privilegiados da cidade, onde foram construídas várias residências de alto nível no seu entorno.

 Bernadette Lyra, em seu livro Guananira: “Quem disse que todas as cidades são iguais não conhece Vitória. A maravilhosa Vitória que dorme e acorda cercada de águas que sussurram, ao invés do estrondoso ruído que se escuta em outros espaços do mundo circundado por mar”.

Manoel Goes Neto é subsecretário de Cultura de Vila Velha, escritor e diretor no IHGES.

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