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sexta-feira, 26 abril, 2024

Vila Velha, 485 anos de luta e superação

Os capixabas precisam entender mais os seus mitos, símbolos, ritos, crenças e saberes

Após a descoberta do Brasil, a Coroa Portuguesa resolveu tratar o território capixaba como uma espécie de barreira verde para proteger as riquezas encontradas na região onde hoje ficam os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. A nossa capitania ia até essa região inicialmente. Era proibido construir estradas que ligassem o nosso litoral ao interior, para impedir o contrabando, evitar invasores estrangeiros e controlar a produção das jazidas para cobrança de impostos. As dificuldades para o desenvolvimento da Capitania do Espirito Santo se agravaram com a descoberta dessas riquezas.

Muitas dificuldades nos primeiros anos da recém descoberta Vila do Espirito Santo, hoje Vila Velha. Os confrontos com os índios, as dificuldades econômicas, e a precariedade do local, fomentados pelas constantes viagens do donatário da Capitania do Espirito Santo Vasco Fernandes Coutinho. Passados cinco anos, no Brasil não haviam investidores interessados na Capitania do Espirito Santo, o que levou o Donatário Vasco Fernandes Coutinho voltar a Portugal, em busca de recursos. Tempos difíceis para a então Vila do Espirito Santo.

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Os capixabas precisam entender mais os seus mitos, símbolos, ritos, crenças e saberes. Devem conhecer e valorizar a rica cultura popular, tão importante quanto a literatura, a arte plástica, a arquitetura. Vila Velha é a segunda cidade mais antiga do Brasil, fundada em 23 de maio de 1535, perdendo apenas para a paulista Cananéia e tendo Olinda (PE) em terceiro lugar.

Vila Velha, 485 anos de luta e superação

Em função das dificuldades com os ataques indígenas, e pela fartura de água na Ilha de Santo Antonio (hoje Vitória), resolveu Vasco Coutinho, erguer na ilha uma “Vila Nova”, a nova sede da capitania, deixando a antiga sede, a Vila Velha, abandonada e tomada pelos índios.

Estando protegida na ilha a nova sede da Capitania, foi então retomada a luta do donatário Vasco Fernandes Coutinho para recuperar a abandonada e decadente antiga sede, a Vila do Espirito Santo. A reconquista definitiva ocorreu em 08 de setembro de 1551, dezesseis anos após a sua chegada à Prainha, quando a primeira Vila, a do Espirito Santo, passou a ser chamada de Vila Velha.

Com a vitória sobre os índios em 1551, e para marcar o fato, a nova sede da capitania do Espírito Santo, a ilha Vila Nova do Espirito Santo, passou a ser chamada de Vila da Vitória. Também conhecida por Guananira, Ilha do Mel em tupi-guarani. Como afirma, a primeira dama da literatura capixaba, escritora Bernadette Lyra, em seu recente livro homônimo lançado: “Quem disse que todas as cidades são iguais não conhece Vitória. A maravilhosa Vitória que dorme e acorda cercada de águas que sussurram, ao invés do estrondoso ruído que se escuta em outros espaços do mundo circundado por mar”

A efetiva transformação de Vila Velha em município independente, não ocorreu de forma simples. Por duas vezes foi anexada à Vitória, até a emancipação em 30 de novembro de 1896 (124 anos atrás). A antiga Vila do Espírito Santo, como era conhecida, ganhou pela primeira vez status de cidade, passando a ser chamada de Vila Velha. No início do século XX a cidade tinha vida modesta, fartura em pescado e abundantes belezas naturais. Em 1910 a iluminação passou a ser elétrica, e com a água encanada chegando à cidade, início de grande desenvolvimento. A chegada dos bondes elétricos foram fundamentais para o crescimento da cidade.

Manoel Goes Neto é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha e diretor no IHGES

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