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sexta-feira, 26 abril, 2024

Taxa de pobreza cresce no Espírito Santo

Para combater a pobreza, o Estado ampliou em oito vezes a transferência de renda para quem precisa de R$ 17 milhões para R$ 136 milhões 

Por Amanda Amaral

Existem 1,079 milhão (26,3%) de capixabas vivendo com até R$ 486,70 per capitas mensais e mais 274.605 (6,7%) sobrevivendo com R$ 168,13 por mês, números que cresceram ao longo dos anos acompanhando o índice do Brasil.

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Para combater e mitigar os efeitos da pobreza, o Governo do Estado ampliou em oito vezes o orçamento destinado a transferência de renda às famílias em situação de extrema pobreza, passando de R$ 17 milhões para R$ 136 milhões.

Em 2021, o Espírito Santo ficou em 10º lugar entre as unidades federativas que possuem a menor taxa de extrema pobreza, o que foi um avanço, já que em 2020, ocupava a 11º colocação. Já com relação à pobreza, o Estado passou a ocupar o 11º lugar em 2021, no ano anterior, ocupava o 10ª.

“No que se refere a extrema pobreza, houve um esforço do governo estadual, multiplicando por oito as transferências diretas de renda para os extremamente pobres, o que fez com que o Espírito Santo seja o décimo estado com menos pessoas extremamente pobres no Brasil”, explicou o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Daniel Cerqueira, que divulgou os dados nesta quinta-feira (14).

Os números se baseiam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Anual (PNADC) de 2021, e foram divulgados com a presença da secretária de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do Espírito Santo (Setades), Cyntia Figueira Grillo.

Aumento das taxas

A proporção da população capixaba pobre e extremamente pobre era, respectivamente, de 21,8% e 4,1% em 2019, e 20,2% e 3,8% em 2020. Segundo o IJSN, o crescimento acompanha o desempenho do país, que após anos, retornou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).

A pobreza e a extrema pobreza atingiram respectivamente 29,4% e 8,4% da população brasileira no ano passado, são os índices nacionais mais elevados desde que a série histórica anual foi criada em 2012, de acordo com o IJSN.

Cabe ressaltar, que em 2021, o Espírito Santo ficou abaixo da média do país nas duas situações, e que a proporção da população capixaba pobre e extremamente pobre é inferior à média brasileira desde 2012.

Fatores agravantes

Além da pandemia da Covid-19, em 2020 e 2021, outro fator que contribuiu para a elevação das taxas é a instabilidade política e econômica. No primeiro trimestre de 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 11,9 milhões de desempregados. A inflação atual está em 11,89% no acumulado de 12 meses, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Taxa de pobreza cresce no Espírito Santo
O diretor-presidente do IJSN, Daniel Cerqueira, e a secretária de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento, Cyntia Figueira Grillo, divulgaram juntos os números sobre a taxa de pobreza. Foto: Amanda Amaral/Next

“A situação do Espírito Santo segue a reboque da situação no Brasil. Nós vivemos um período muito dramático nos últimos anos, com o desemprego, com baixo crescimento da renda, agora mais recentemente com a inflação, sobretudo, incidindo sobre produtos da cesta básica, no gás de cozinha. Tudo isso corrompeu enormemente o poder de compra das pessoas. O que a gente assiste nos últimos anos no Brasil é o um crescimento bastante acentuado da pobreza e da extrema pobreza. Aconteceu em todo o Brasil e no Espírito Santo também”, analisou Daniel Cerqueira. 

É relevante destacar ainda que, em 2020, em razão das restrições sanitárias, houve o incremento de renda por meio do auxílio emergencial, que deixou de existir no ano seguinte, favorecendo o crescimento do número de pessoas pobres.

Combate à pobreza

Para combater e mitigar os efeitos da pobreza no Espírito Santo, o Governo do Estado ampliou o orçamento da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Ele duplicou, entre 2018 e 2021, quando passou de R$ 113 milhões para R$ 248 milhões. Neste mesmo período, as destinações para transferência e reforço de renda familiar, aumentaram oito vezes, passando de R$ 17 milhões para R$ 136 milhões.

Metodologia da pesquisa

A linha de pobreza adotada pelo estudo do IJSN é a de US$ 5,50 per capita dia, indicada pelo Banco mundial como limite abaixo do qual as pessoas não conseguem obter os recursos necessários para sobreviver em países de renda média alta. Por sua vez, a linha de extrema pobreza adotada é a de US$ 1,90 per capita dia.

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