Para o integrante do Corecon-ES, Tales Costa, as ações da Eletrobras são indicadas para quem quer se arriscar em busca de maior retorno
Por Amanda Amaral
Quem tem dinheiro no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) terá a oportunidade de fazer um uso diferente do recurso. Assim como aconteceu com a Petrobras (PETR3/PETR4), em 2000, e a Vale (VALE3), em 2002, com a privatização da Eletrobras (ELET3) pessoas físicas poderão adquirir ações da empresa utilizando o FGTS. Mas será que a iniciativa vale a pena?
A Eletrobras será repassada para o controle acionário privado por meio da venda de papéis. Desta forma, o Governo Federal terá menor participação e deixará de ser o maior acionista da empresa. A estimativa de bancos de investimento é que a oferta movimente em torno de R$ 30 bilhões.
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Para o integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), o cientista de dados e mestrando em economia pela Universidade Nacional de Brasília (UNB), Tales Lins Costa, é uma oportunidade para quem quer investir com mais risco em busca de um retorno maior.
“As ações possuem correção monetária, além disso, as empresas reajustam seus valores. Então, o investimento também será atualizado ao longo do tempo. É uma boa alternativa para quem quer investir o recurso do FGTS com um pouco de risco, mas conseguindo uma rentabilidade maior. É um investimento de longo prazo”, analisou.
O investimento será feito por meio dos fundos mútuos de privatização (FMP-FGTS) e só será permitido utilizar até metade do saldo na conta, mas levando em consideração todos os investimentos já existentes.
“Você pode utilizar até 50% do saldo para comprar as ações. Mas, se você já tem, por exemplo, R$ 30 mil em ações da Petrobras e da Vale, para a Eletrobras só poderá utilizar R$ 20 mil, em uma conta com saldo de R$ 100 mil”, explicou.
A aplicação do FGTS nos fundos de ações da Eletrobrás será feita por uma instituição autorizada pelo Comissão de Valores Imobiliários (CVI). Elas atuarão como administradoras do FMP. Por isso, os interessados deverão escolher uma administradora para aplicarem os recursos. De acordo com manual publicado pela Caixa Econômica, administradora do FGTS, no fim de março, a participação dos trabalhadores nos fundos poderá se dar de forma individual ou por meio de clubes de investimento.
“O FGTS é uma poupança forçada, ele é descontado do nosso salário, e só pode ser sacado em algumas circunstâncias. Via de rega é inacessível, já que não podemos retirá-lo a qualquer momento. Além disso, o FGTS também tem um reajuste anual de 3%, diante do cenário atual, com a alta da inflação e dos juros, é um reajuste relativamente baixo”, comentou.
