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terça-feira, 30 abril, 2024

Sabores, aromas e conversas: o novo significado das cafeterias

Ambientes convidativos e ótimo custo/benefício impulsionam a atual tendência que eleva as cafeterias a centros de sociabilidade e criatividade

Por Kebim Tamanini

Quem disse que nas cafeterias só se encontram bons cafés? Já há algum tempo que esses simpáticos estabelecimentos, onde se pode degustar cafés diferentes, feitos de formas não tradicionais, deixaram de ser apenas a escolha de quem aprecia a bebida mais consumida pelos brasileiros.

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Hoje as cafeterias são lugares charmosos e atraentes, que oferecem experiências que vão muito além dos envolventes sabores e odores do café. Tornaram-se o novo ponto de encontros os mais variados: amorosos, de trabalho, de troca de ideias e desenvolvimento de projetos, de comemorações e confraternizações, de celebrar amizades e, claro, de beber e comer delícias. E para melhorar ainda mais tudo isso, as cafeterias contemporâneas não param de se reinventar e oferecer opções nunca antes imaginadas – como, por exemplo, estar ao lado de quiosques na areia de uma praia!

Originados na Europa, especialmente na Itália, esses estabelecimentos surgiram como pontos de encontro onde as pessoas se reuniam para tomar um café expresso, trocar ideias e até mesmo ler jornais. Esse conceito evoluiu ao longo do tempo para o que é conhecido como “third place” ou “terceiro lugar” em inglês.

O “terceiro lugar” representa um espaço fundamental na rotina das pessoas, além do lar e do trabalho. Desde o café da manhã até o happy hour, as cafeterias se tornaram locais abertos para receber as pessoas em diferentes momentos do dia. Muitos as utilizam como ponto de encontro para conversar, debater ideias, realizar reuniões de trabalho ou simplesmente encontrar amigos e familiares.

Esse fenômeno foi incentivado e promovido por empresas como a Starbucks, que oferecem ambientes confortáveis onde as pessoas podem trabalhar, socializar e relaxar.

O sociólogo Ray Oldenburg, criador do termo, defendia que, para uma existência saudável, os cidadãos precisam viver em um equilíbrio entre vida doméstica, trabalho e interações sociais inclusivas.

Enquanto o trabalho é uma experiência social formal e estruturada, e o lar é uma experiência privada, os “terceiros lugares” são ambientes mais descontraídos, onde as pessoas se sentem à vontade e para os quais retornam repetidamente para socializar, encontrando conhecidos ou fazendo novas amizades. Igrejas, academias, parques e, é claro, cafeterias são considerados espaços onde a vida acontece, sendo essenciais para promover o senso de comunidade e pertencimento.

Nesse contexto, as cafeterias representam não apenas um local para tomar café, mas também um ambiente que abraça a ideia de convívio, troca de ideias e criação de laços sociais, reforçando a importância dos “terceiros lugares” na vida das pessoas.

No Brasil, especialmente nos últimos 15 anos, essa tendência tem se consolidado, e nos últimos cinco anos, ganhou ainda mais espaço, especialmente no Espírito Santo.

Os negócios no segmento de cafeterias levaram o CEO da Terrafé, Raul Guizelini, a investir em 11 lojas - Foto: Divulgação
Os negócios no segmento de cafeterias levaram o CEO da Terrafé, Raul Guizelini, a investir em 11 lojas – Foto: Divulgação

Custo x benefício

“As cafeterias assumiram um papel crucial no panorama da alimentação, especialmente desde o início da pandemia. Durante esse período, tornamo-nos mais conscientes de nossos gastos, o que nos levou a repensar nossos hábitos alimentares fora de casa. Em vez de optarmos por restaurantes caros para reuniões ou almoços, muitos de nós decidimos frequentar cafeterias, onde podemos desfrutar de refeições mais leves em um ambiente confortável, com atendimento acolhedor e, é claro, um delicioso café”, ressalta o especialista em café e CEO da cafeteria Terrafé, Raul Guizelini.

As cafeterias têm exercido uma influência significativa sobre o setor de alimentação, principalmente devido ao seu ticket médio mais acessível. O custo médio em uma cafeteria é consideravelmente inferior ao de um restaurante; no entanto, em uma cafeteria bem estruturada, o padrão de atendimento, conforto e qualidade da comida são equivalentes ou muito próximos aos de um restaurante. Embora não ofereçam os pratos elaborados característicos dos restaurantes finos, as cafeterias proporcionam opções de comida saborosa, bem apresentada e com preços mais acessíveis.

O Clericot Café conquistou a aprovação dos capixabas - Foto: Reprodução Instagram/Clericot Café
O Clericot Café conquistou a aprovação dos capixabas – Foto: Reprodução Instagram/Clericot Café

Por conta disso, as cafeterias tornaram-se locais ecléticos, frequentados em todos os momentos do dia. Atualmente, até mesmo as padarias têm percebido esse movimento e estão se adaptando para atender a essa demanda.

“Quando decidimos expandir os negócios da Terrafé, procuramos acompanhar de perto essa tendência. Nosso objetivo é oferecer ambientes confortáveis para que as pessoas possam desfrutar de seus momentos diários. Cada unidade que inauguramos visa a proporcionar um ambiente mais acolhedor, com cadeiras confortáveis, mesas adequadas, climatização e sonorização, para atrair o público que busca um local para trabalhar ou relaxar”, explica Guizelini sobre o planejamento por trás do sucesso de suas lojas.

Vale pontuar que o atendimento em uma cafeteria é menos formal do que em um restaurante, o que contribui para uma atmosfera mais descontraída. Esse ambiente informal, mas organizado e receptivo, é o que atrai profissionais autônomos, jornalistas, arquitetos e empreendedores para realizar suas atividades de trabalho nas cafeterias, com um custo-benefício compatível com a realidade do cidadão.

Pontos de encontros

Nos últimos anos, as cafeterias têm se transformado em mais do que apenas lugares para tomar café; tornaram-se verdadeiros espaços de convivência, onde as pessoas podem desfrutar de momentos especiais em um ambiente acolhedor e confortável. Seja para trocar ideias, apresentar projetos ou simplesmente desfrutar de um momento mais íntimo com amigos ou familiares.

Conhecida como uma “caçadora” de boas experiências em cafeterias, Fabienne Costa já viajou para diversos países em busca de novidades no setor - Foto: Marcio Martins
Conhecida como uma “caçadora” de boas experiências em cafeterias, Fabienne Costa já viajou para diversos países em busca de novidades no setor – Foto: Marcio Martins

Um dos aspectos mais marcantes das cafeterias é sua versatilidade. Elas atraem uma variedade de faixas etárias, desde jovens casais até senhoras que buscam um local agradável para tomar um café com amigas. Essa diversidade de público é um reflexo da capacidade das cafeterias de proporcionar um ambiente acolhedor e acessível, perfeito para um primeiro encontro ou uma tarde de lazer.

“As cafeterias têm se tornado cada vez mais importantes como espaços de encontro e socialização. Tenho grupos de amigos que organizam passeios para explorar diferentes cafeterias da cidade, compartilhando dicas e descobertas. É uma forma de aproveitar o melhor que a cidade tem a oferecer enquanto desfrutamos de boa companhia e boa comida”, conta a jornalista Fabienne Costa, que já viajou para diversos estados e países em busca de experiências e propostas de cafeterias.

 

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