Guedes citou as medidas emergenciais tomadas pelo governo desde o início da crise, como a criação de um auxílio aos desempregados e trabalhadores informais, além de repasses para governos regionais
O ministro da Economia, Paulo Guedes, alertou nesta quarta-feira, 17, que a recessão econômica causada pela pandemia da Covid-19 pode se transformar em uma depressão econômica se seus efeitos na atividade não forem enfrentados.
“Vamos passar pela guerra contra essa doença com senso de cooperação e preservando vidas. Depois, temos pela frente o que eu chamo de segunda onda da crise, que é econômica. Essa recessão pode ser transformar em depressão econômica se não combatermos seus efeitos”, afirmou o ministro, em videoconferência organizada pelo Acton Institute.
Guedes citou as medidas emergenciais tomadas pelo governo desde o início da crise, como a criação de um auxílio aos desempregados e trabalhadores informais, além de repasses para governos regionais.
Ele ressaltou, porém, a importância de se retomar a discussão do programa de reformas que tramitam no Congresso Nacional.
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“Estamos terminando as medidas emergenciais e retornaremos às reformas econômicas nas próximas semanas. Vamos continuar reformando o país em uma direção liberal”, completou Guedes.
Depressão de 1929
Segundo o economista Vaner Côrrea, o país está caminhando para a depressão. “A coisa está tão feia, que a queda está sendo abrupta. Já podemos trabalhar com a hipótese de uma depressão mundial. Se for pior que a de 1929, o problema será ainda maior e levaremos mais que uma década para nos recuperar”, disse.
O especialista afirma que a economia pode se reerguer desde que tenhamos um antídoto. “Já acompanhei muitas crises econômicas e temos um cenário em que todos estão com péssimas expectativas. Mas acredito que a comunidade científica internacional está buscando um remédio ou uma vacina rápida, buscando encurtar os protocolos para encontrar a solução do anti-vírus.”, destacou.
Segundo Côrrea, o Brasil não pode ficar parado por muito tempo. “É um momento difícil, mas não somos como a China que tem um PIB bem maior e consegue se recuperar rapidamente. O Brasil não pode se dar ao luxo de parar.”, finalizou ele.
*Da redação, com informações de Eduardo Rodrigues (AE).