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domingo, 28 abril, 2024

Ranking da inovação esconde um alerta: acorda, Brasil!

Ranking da inovação esconde um alerta: acorda, Brasil!
Foto: Freepik

Por Arilda Teixeira

É para ter esperança? Ainda não.
Os indicadores financeiros, contábeis e econômicos registrados no Anuário Valor 1000 de 2023 restabeleceram o fluxo de informações das empresas, o que possibilitou aos agentes econômicos ter acesso a mais informações, que lhes permitam tomar decisões conforme os sinais do mercado. Como é recorrente nesses indicadores, há boas e más notícias.

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Em relação ao Ranking das 150 empresas mais inovadoras em 2023, em relação a 2022, a líder é a Suzano Papel e Celulose. Em 2022 ocupava a 15ª posição do ranking. Em 2023, ocupa a primeira. Em segundo lugar está a Petrobras, que em 2022 estava na 6ª posição. Trajetória análoga à do Hospital Einstein – serviços médicos, de São Paulo – que, em 2022 estava na quinta posição e em 2023 chegou à terceira. A Embraer caiu um ponto percentual na sua posição de 2023 em relação a 2022 – estava na terceira posição e foi para a quarta. Contudo, a troca de posições se explica mais por mudanças estratégicas de mercado, necessárias para a continuidade de suas atividades.

Concomitantemente, a WEG caiu da quarta posição em 2022 para a quinta em 2023 – também decorrente de movimentos do mercado. A Natura Cosméticos subiu da 11ª para a sexta. A Vale caiu da segunda posição em 2022 para a sétima em 2023. Já o Grupo Boticário subiu da 20ª posição em 2020 para a oitava posição em 2023. O Mercado Livre também subiu no ranking – em 2022 estava na 10ª posição e em 2023 alcançou a nona. A CNH (empresa Industrial) que ocupava o sétimo lugar em 2022 caiu para o 10º em 2023.

Observando os setores de atuação dessas 10 empresas, identifica-se a atividade econômica que praticam. No grupo das 10 primeiras empresas mais inovadoras estão: (1) Papel e Celulose; (2) Petróleo/gás e Petroquímica; (3) Serviços Médicos; (4) Bens de Capital; (5) Eletroeletrônica; (6) Cosméticos, higiene e limpeza; (7) Mineração e Metalurgia/Siderurgia; (8) Cosméticos, higiene e limpeza, (9) Comércio; (10) Automotivo.

Interpretando esse cenário sob a ótica dos setores da economia, percebe-se o que até as areias da praia já sabem: o setor de Serviços continua sendo o maior da economia brasileira.

E, sem risco de exagerar, de todas as demais economias mundiais também. Nenhuma novidade. Jogo jogado.

Exceto pelos detalhes subjacentes que o cenário dessa conjuntura deixa transparecer. A despeito de o setor de Serviços ser o maior, ele abriga um serviço imprescindível, que há muito tempo é negligenciado pelos seus prestadores: o ensino.

Dentre as 150 empresas mais inovadoras do ranking, a primeira empresa de educação que aparece está na quinquagésima (50ª) posição em 2023; a seguinte está na 57ª posição (de 150); a seguinte na 115ª; e a seguinte na 85ª posição. Esse cenário sugere que, no Brasil, a inovação está longe de alcançar seu objetivo: progresso técnico.

Enquanto o ranking das 150 empresas mais inovadoras da economia brasileira contiver quatro empresas prestando serviço de ensino e 145 prestando outros serviços, ela seguirá subdesenvolvida e dependente dos mercados externos. Por outro lado, enquanto houver ensino básico deficiente, haverá atraso cognitivo – que, por sua vez sustentará o atraso tecnológico da sociedade.  Acorda Brasil!

Arilda Teixeira é economista e escreve todas às terças-feiras em ES Brasil

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